Síndrome da resignação - A misteriosa condição que afeta crianças refugiadas na Suécia

Na Suécia, centenas de crianças refugiadas estão sofrendo de uma estranha condição chamada de "síndrome da resignação". Essas crianças entram em estado de coma, não comem, não falam ou nem mesmo abrem os olhos. Os sintomas sugerem que eles estiveram envolvidos em algum tipo de acidente ou sofrem de algum tipo de doença neurológica, mas quem padece de síndrome de resignação não tem nada de fisicamente errado; eles simplesmente perderam a vontade de viver.

A condição é conhecida como "uppgivenhetssyndrom" na Suécia, e acredita-se que afeta apenas os jovens membros da população refugiada. A pesquisa ligou a síndrome da resignação ao estresse e ao desapontamento pela rejeição aos pedidos de asilo.

Nos últimos anos, as normas relacionadas aos casos de refúgio se intensificaram, e os refugiados que não estavam fugindo de uma zona de guerra ativa tiveram seus pedidos rejeitados. Essas rejeições podem levar anos para serem aprovadas, deixando as famílias refugiadas em um estado de limbo. Para muitas crianças, o peso da rejeição provou ser demais para suportar e se desligaram completamente do mundo, entrando em um estado catatônico, aparentemente no limite entre a vida e a morte.

Os médicos estudaram a doença e perceberam que ela parece afetar apenas crianças refugiadas vindas da Europa Oriental. Elas, em geral, vieram de sociedades holísticas nas quais as necessidades da família e da sociedade em geral são vistas como mais importantes do que as necessidades do indivíduo.

Um relatório do governo sueco sugeriu que as crianças afetadas podem estar agindo de acordo com as regras implícitas de suas culturas e assim decidem -talvez inconscientemente- desistir de viver para salvar suas famílias. Como a condição não tem cura aparente, os psicólogos sugeriram que a única maneira de resolver efetivamente o problema é fornecer a segurança de uma residência permanente.

Uma criança que passou meses nesse estado descreveu a sensação de estar deitado em uma caixa de vidro no fundo do oceano. A criança acreditava que se ele se movesse ou falasse, o vidro se quebraria e morreria afogado.

A condição ainda não é totalmente compreendida; alguns acreditam que as crianças devem ser deixadas em seus comas até que se recuperem naturalmente, mas alguns acreditam o contrário e que outra maneira de dar esperança às crianças seria tratá-las adequadamente e não deixá-las deitadas em uma cama com sonda nasal por nove meses. Mas qual?

Notícias sobre essa estranha condição geraram um clamor nacional. Em resposta, o governo sueco prometeu não deportar nenhuma criança que sofra de síndrome da resignação.

Dúvidas podem sugerir que a síndrome de resignação é um distúrbio específico demais para ser genuíno, mas na verdade existem várias doenças mentais que só parecem ocorrer sob circunstâncias culturais e sociais muito específicas.

Por exemplo, os japoneses são conhecidos por sofrer da "síndrome de Paris" quando visitam a capital da França. Devido à extrema disparidade entre as representações populares japonesas de Paris em comparação com a realidade, muitos turistas japoneses sofrem de sintomas chocantes, como despersonalização, alucinações, taquicardia e vômitos.

Além disso, embora ainda não tenha sido totalmente compreendida, a síndrome da resignação foi exaustivamente estudada e observada por cientistas e especialistas médicos, e todos concordam que essa é uma transtorno neurológico genuíno e muito sério É fácil ignorá-la como um mero truque para impedir a deportação, mas evidências científicas mostram que esse não é o caso. Complicado!