Senhora iraquiana cuida de 22 netos após jihadistas matarem cinco de seus filhos

A guerra com o daesh (daesh sim!) obrigou à protagonista desta história, Sana Ibrahim al Taee, a enterrar seus cinco filhos, que deixaram atrás 22 menores órfãos. A família vive na cidade iraquiana de Mossul, ocupada pela organização terrorista em junho de 2014. Sana tem 64 anos e encontra-se em um delicado estado de saúde. Apesar de seus problemas e poucos recursos financeiros, não deixou nem um só de seus netos para trás.

A vida de Sana mudou por completo após os jihadistas acabarem com a vida de seus cinco filhos, que lhe deixaram 22 netos. Hoje trata de levá-los adiante em um minúsculo apartamento com pouca ajuda do Estado.

Atualmente, esta mulher de 64 anos compartilha seu apartamento de quatro cômodos no leste de Mossul com seu marido, que tem Alzheimer, uma filha, duas das viúvas de seus filhos falecidos e as 22 crianças, que têm entre dois e 16 anos.

Seus recursos econômicos são poucos, e o dinheiro para comida, roupa, educação e aluguel da moradia dependem da caridade.

Seus cinco filhos, assassinados pelos terroristas do daesh, trabalhavam no Exército e na Polícia, motivo pelo qual Sana reclamou às autoridades pensões mensais de 420 dólares para os órfãos.

Sana tem paralisia nas cordas vocais e está preocupada, devido a sua idade e delicado estado de saúde, que os 22 menores possam logo ficar sem seu apoio.

Ela entregou às autoridades os registros de óbito de três de seus filhos, mas os outros dois foram enterrados em valas comuns sem nomes, e não conseguiu encontrar seus corpos. Isso os mantém oficialmente como desaparecidos e não como mortos em serviço.

A ausência destas certidões de óbito impede-lhe reclamar duas pensões. Atualmente muitas famílias do norte e oeste do país, territórios que foram controlados pelo daesh, compartilham este problema.

A batalha de Mossul durou quase 9 meses. O premiê do Iraque, Haider al Abadi, anunciou a libertação da cidade dos terroristas e sua reconquista por parte das forças armadas iraquianas em 9 de julho de 2017.

No entanto, a cidade de Mossul ainda se encontra em ruínas. A reconstrução da urbe e das mesquitas, igrejas, mercados e outros lugares de interesse destruídos pelos terroristas, requererá até 100 bilhões de dólares.

Tanto a família de Sana quanto milhares de cidadãos de Mossul em situação parecida terão que lutar por suas vidas em condições de pobreza, esperando ajuda das autoridades.