![]() | A cirurgia para apendicite é uma das mais comuns hoje em dia. É muito provável que se você não tenha feito a operação, em a qual se retira o apêndice, conhece uma pessoa que sim. Só no Brasil, segundo um estudo publicado em 2014, são realizadas quase 100.000 apendicectomías a cada ano. No entanto, um novo estudo publicado esta semana no diário científico JAMA sugere que estas operações não são necessárias e que os antibióticos poderiam ser um tratamento viável e efetivo para a apendicite. |

A ideia do tratamento com antibióticos surgiu após a descoberta que os submarinistas tratavam o apendicite com eles durante a Guerra Fria, já que não podiam subir de suas submarinos durante essa época, de acordo com o cirurgião F. Thurston Drake do Boston Medical Center.
- "O conhecimento de que este tipo de tratamento foi bem sucedido ressurgiu de novo nos últimos 15 ou 20 anos, o que conduziu os pesquisadores a estudarem se os antibióticos poderiam ser um tratamento viável em vez de simplesmente uma tática dilatória até que pudesse ser realizado a apendicectomia", afirmou Drake.
A apendicectomia é o tratamento preferido para a apendicite, principalmente porque ao que parece os humanos não precisamos. O estudo do JAMA foi realizado durante cinco anos e centrou-se na observação de 530 homens e mulheres entre 18 e 60 anos. De forma aleatória, os indivíduos foram tratados por apendicite sem complicações com uma apendicectomia ou com antibióticos após uma TAC.
O tratamento com antibióticos consistia em uma dose intravenosa de Ertapenem durante três dias e sete dias de antibióticos orais. Por outro lado, as cirurgias foram cirurgias abertas convencionais.
Dos que foram tratados com antibióticos, 61% não precisaram cirurgia durante os cinco anos de observação. Não obstante, 39% dos pacientes tratados com antibióticos sofreram uma recorrência e precisaram operar no futuro. Esta demora não resultou em complicações para os pacientes. 27.3% dos pacientes voltaram e foram operados dentro de um ano após o tratamento com antibióticos.

Ainda que esses números não indicam total efetividade, sim são importantes porque significam que os pacientes têm mais opções. Pessoas idosas com apendicite que estão muito doentes ou têm outras reservas em relação a cirurgia possivelmente queiram ser tratados com antibióticos. Tudo depende do risco que quer assumir.
Em alguns casos, possivelmente tenham que assumir o risco de ter apendicite de novo no futuro. Mas também existe o risco de complicações associadas com uma cirurgia rápida.
O novo achado também conduziu a novas perguntas e preocupações. Alguns médicos preocupam-se com o que pensarão as pessoas se não tirarem o apêndice. Sempre ficarão com a dúvida sobre se a dor que sentem é apendicite ou simplesmente uma reação adversa à alimentação ou fisgadas musculares.
Outros, como Drake, temem que os médicos poderiam tratar os pacientes com antibióticos nas situações em que não esteja claro se o paciente têm apendicite, provocando problemas como as bactérias resistentes aos antibióticos.
Ao final, Drake, que não esteve envolvido na pesquisa, diz que ambos tratamentos são eficazes em sua opinião. Mas fica por determinar que tipo de paciente é ideal para cada tratamento.
- "Como médicos, estamos nos movendo mais para a tomada de decisões centrada no paciente, especialmente quando temos duas ou mais boas opções", comenta Drake. - "Finalmente, proporcionaremos os melhores cuidados quando podermos determinar as vantagens e desvantagens de cada tratamento, ajustado a cada paciente, e depois tomar uma decisão conjunta sobre que tratamento é melhor para ele."
Fonte: PopSci.
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