O fim da tremedeira em um segundo: assim funciona a eletroterapia capaz de «reverter» o Parkinson

Uma das condições mais ingratas que podem acometer o ser humano na atualidade é o Parkinson. Os remédios existentes visam melhorar a qualidade de vida do afetado, mas pouco podem fazer contra a doença. Se você já presenciou alguma pessoa com perturbação degenerativa crônica do sistema nervoso central, deve ter percebido como pouco a pouco ela vai perdendo a coordenação motora e junto com ela a alegria de viver. É terrível.

No entanto há um espécie de tratamento chamado Estimulação Cerebral Profunda (ou DBS, por suas siglas em inglês) que reverte a condição, tal e qual podemos ver em um vídeo onde um afetado de Parkinson recupera, em segundos, sua mobilidade. E tudo graças à tecnologia.

Nele um fuzileiro aposentado do Exército britânico tem tremores tão pronunciados que é incapaz de tocar o próprio nariz ou segurar um copo. Depois de um par de instruções, a médica toca uma tablet e, de repente, o veterano parece acalmar-se de imediato.

Este vídeo saltou à rede e já tem mais de 13 milhões de visualizações. A verdade é que o resultado do tratamento é impressionante. O fuzileiro encontra-se em um estádio avançado da doença, com uma alteração da motricidade fina (a capacidade de fazer gestos precisos) severa e um tremor violento.

Desde que apareceu o primeiro neuroestimulador, nos anos 70, até a sua aplicação passou muito tempo. Fazer uma intervenção cirúrgica no cérebro não é uma coisa simples. Como herança de um período em que destruir algumas partes cerebrais era admitido como tratamento, a neuroestimulação profunda viveu alguns momentos complicados.

As terapias atuais, no entanto, não se parecem em nada às velhas "trepanações", senão que são feitas com equipamentos mais modernos. Essencialmente, uma terapia de Estimulação Cerebral Profunda consiste em colocar eletrodos ligados a uma bateria de marca-passos, que estimulam a parte danificada com uma corrente contínua de baixa intensidade.

O resultado é evidente: a parte motriz recupera seu controle. O neuroestimulador bloqueia os sinais nervosos que provocam os tremores e o típico movimento de roda dentada, graças a seu sinal contínuo. Para poder colocar os eletrodos, primeiro há que revisar onde acontece a falha, algo que é feito mediante ressonância magnética funcional e tomografia.

O aparelho é colocado sob a pele, ao menos em sua versão mais moderna. Normalmente é controlado com um comando que permite ajustá-lo ou desligá-lo. Uma vez colocado o eletroestimulador, a terapia pode ajudar a controlar a doença durante, ao menos, uns 10 anos, se não mais.

Por último, por desgraça, nem todo mundo pode receber este tipo de tratamento. Só certos pacientes podem ser beneficiados com o DBS, algo determinado pelos médicos. Por outro lado, ainda com o neuroestimulador, alguns pacientes devem seguir com a medicação. Também é importante entender que a cirurgia cerebral é complicada e não está isenta de riscos, e que o DBS pode ter certos efeitos secundários.

O Parkinson, ou doença de Parkinson, que costuma aparecer a partir dos sessenta, tanto em homens como em mulheres, é a segunda doença neurodegenerativa mais estendida pelo mundo, logo após o Alzheimer. Sua manifestação é muito angustiante: um tremor incontrolável apodera-se do corpo. Os que padecem da doença também sofrem, com o tempo, de problemas de depressão, cognitivos, movimentos cada vez mais torpes...

Atualmente, várias dezenas de milhares de pacientes foram tratadas com DBS de forma efetiva. Alguns deles levam décadas desfrutando dos resultados.