China tem um apresentador de telejornal gerado por computador e... dá medo

A agência de imprensa estatal chinesa apresentou seus novos apresentadores de notícias criados mediante inteligência artificial, uma espécie de fantoche digital que lerá as notícias programadas e que, no futuro, poderiam ser indistinguíveis de um jornalista real. Os responsáveis por estes "jornalistas de IA" não especificaram a tecnologia que há por trás deles, só mencionando que seu aspecto físico está baseado em jornalistas reais e seus traços faciais, como o movimento dos lábios, e que são animados dependendo das palavras que estejam falando.

A verdade é que as expressões são limitadas, e dá para notar que são artificiais até o ponto de ocasionar um pouco a síndrome do vale da estranheza, essa inconformidade que acontece quando vemos um robô ou uma animação antropomórfica que não termina de ser real.

Mas isto é algo que poderia mudar com o tempo, mediante aprendizagem de máquinas e a evolução de inteligência artificial. Em um futuro, talvez não muito longínquo, estes apresentadores poderiam parecer tão reais que não daria para distingui-los de humanos.

Os apresentadores, segundo Xinhua, poderiam trabalhar "24 horas interruptas em múltiplas plataformas", como televisão, internet, telefones e tablets, para manter os noticiários sem descanso, lendo notícias de forma automatizada. No entanto, levando em conta que se trata de um país com tanta censura como a China, não deixa de ser preocupante que substituam humanos por fantoches que apenas lerão um roteiro.

Esta classe de propostas não é nova, mas há um avanço considerável nesta da Xinhua quanto a qualidade, por mais que sua voz e expressões ainda pareçam artificiais. Em países asiáticos, como Japão ou China, existem propostas de seres virtuais para entretenimento e informação. Por exemplo, o Japão têm cantores virtuais de sucesso como Hatsune Miku, enquanto a Microsoft desenvolveu na China um bot de IA chamado XiaoIce, que responde mensagens de forma natural, apareceu nos telejornais e inclusive escreveu livros de poesia e pode contar história para crianças sem um script definido.