O que vai ocorrer a seu animal se por acaso você faltar? A pergunta pode parecer trivial, dado que a maior parte dos donos atravessam o processo contrário: a perda de seu parceiro animal. No entanto, parece ser objeto de crescente interesse entre numerosos donos. Como revela esta reportagem recente, o volume de heranças e fundos dedicados a cães ou gatos multiplicou durante os últimos anos. |
A tendência e os números vem dos Estados Unidos, o país com o maior número de animais domésticos do mundo. 44% dos donos já previram ou estabeleceram algum tipo de plano financeiro para seu cão ou gato depois de sua morte. A percentagem é interessante e responde a um crescente amor humano para os animais: 81% já consideramos nossos animais tão importante como qualquer ser humano.
Faz sentido desde um ponto de vista psicológico. Sentimos suas perdas tanto como as de nossos familiares. E daí a preocupação por seu bem-estar depois de nossa morte.
A lista de animais milionários graças às heranças excêntricas de seus humanos é longa. O prêmio mais alto corresponde a um pastor alemão, Gunther IV, que recebeu a herança de seu pai, Gunther III, que por sua vez tinha sido agraciado pela condessa alemã Karlotta Leibenstein, com 375 milhões de dólares.
Curiosamente o segundo herdeiro não é nem um cão nem um gato, senão uma galinha, chamada Gigoo, propriedade do multimilionário Milares Blackwell, que em 2002 deixou 15 milhões de dólares à ave através de um fundo gerenciado por terceiros.
Entre Gunther IV e a Gigoo, o segundo maior milionário do mundo animal, está Grumpy Cat, com quase 100 milhões de dólares. A diferença é que o gatinho conquistou tudo na base do "suor" e fazendo cara feia.
Ironicamente há casos em que os milionários não deixaram nada para os herdeiros legítimos, como Leona Helmsley, conhecida como "rainha da maldade", que em 2007 deserdou 2 dos 4 netos e deixou 12 milhões para seu cãozinho.
Como funciona? Não é só um assunto de ricos solitários e rabuhentos há duas formas de deixar dinheiro a um gato ou um cão: ou bem através de uma doação direta a uma pessoa de confiança para que administre o patrimônio do animal; ou através de um fundo legalmente estabelecido que obrigue alguém a utilizar o dinheiro especificamente à manutenção do nível de vida do animal. É a via mais comum porque assegura verdadeiro controle sobre o recebedor do dinheiro.
Problemas. Os fundos são uma garantia. Dado que o dinheiro vai a uma pessoa -em nome do animal-, nada garante que esta, talvez desvinculada emocionalmente de nosso querido cão ou gato, não empregue o dinheiro para seu próprio benefício. Os fundos estabelecem mecanismos de controle e supervisão através de revisões periódicas da relação entre o animal de estimação legatário e seu cuidador.
Não está isento de fraudes. Os cuidadores às vezes desviam fundos ou substituem o animal uma vez que morreu para seguir tendo acesso ao dinheiro.
Muitos criticam que esta crescente relação entre humanos e seus mascotes é loucura. Pode até ser. Mas revela nosso crescente ligação emocional com as bolas de pelos. 75% dos brasileiros têm animais de estimação, 44% dos domicílios possuem pelo menos um cachorro e 17,7% ao menos um gato.
Como as gerações atuais passam mais tempo sozinhas e têm menos filhos ou vínculos familiares diários, daí que cada vez tenhamos mais parceiros animais: 44% dos brasileiros que tem cães ou gatos veem seus animais como filhos e a grande maioria deixa os animais dormirem dentro de casa. Os números a nível global são uma incógnita por falta de números confiáveis.
Também estamos gastando mais grana enquanto estamos vivos. A indústria dos seguros de animais já move mais de 1,2 bilhões de dólares só nos Estados Unidos. Nosso investimento emocional e econômico em vida já é tão alto que, à nossa morte, não queremos deixar os animais desamparados.
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