Deveras, as duas substância podem matar inclusive em separado, mas é possível que a mistura tenha desatado maiores complicações nesse caso. Começou quando um agitado homem de 43 anos apareceu em um hospital da Flórida, fungando e dizendo que estava sentindo fortes dores no peito e de cabeça, febril e com dificuldades para respirar, os médicos provavelmente pensaram que eles estavam lidando com uma overdose média de cocaína. |
No entanto, eles ficaram surpresos ao descobrir que, além de cheirar cocaína, o paciente tinha comido carne de baiacu mal preparada. Como todos sabemos, baiacu é uma iguaria ocasionalmente mortal que, no Japão, só pode ser preparada com segurança por um punhado de chefs especializados, mas que aqui no Brasil basta morar perto da praia para se aventurar a preparar o peixe.
O baiacu contém um veneno chamado tetrodotoxina (TTX), que é concentrado principalmente no fígado e gônadas e deve ser habilmente removido do peixe. De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças, cerca de 50 pessoas morrem no Japão a cada ano por comer "fugu" preparado de forma inadequada.
A TTX certamente é uma dessas toxinas que ninguém deveria se arriscar a mexer, pois com apenas 2 miligramas às vezes é suficiente para matar uma pessoa. No geral, é cerca de 1.200 vezes mais tóxica do que o cianeto e funciona bloqueando a ativação das células nervosas, resultando em fraqueza muscular, problemas respiratórios e dormência. Não há antídoto, e deixar de tratar os sintomas imediatamente pode levar à paralisia e à morte.
A equipe de médicos relatou o caso no BMJ Case Reports, reportando que o homem apareceu no pronto-socorro cerca de quatro horas depois de ter comido o baiacu. Além dos sintomas relatados no início deste artigo, ele logo começou a vomitar, sentir dormência nas pernas, dor abdominal, fraqueza muscular, e já não falava coisa com coisa.
No entanto, os autores descrevem este caso como mais "interessante" do que a maioria dos envenenamentos por baiacu, devido ao fato de que o homem também cheirou cocaína nos três dias anteriores. Isso, combinado com sua história de pressão alta e doença renal crônica, levou a complicações graves.
Os rins do paciente se deterioraram e ele teve que ser colocado em uma máquina de diálise. Ele também desenvolveu pneumonia, e os médicos logo tiveram que entubá-lo e ventilá-lo para que conseguisse respirar.
Felizmente, a maioria de seus sintomas cedeu após cerca de 24 horas, embora ele não tenha recuperado sua função renal e necessitará de tratamento dialítico pelo resto da vida.
Sua avó, com quem compartilhou o baiacu -presumivelmente não a cocaína-, também foi internada no hospital com sintomas menos graves, como tontura, mas conseguiu se recuperar sem maiores complicações.
Fonte: Vice.
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