O primeiro vídeo que ilustra este artigo mostra uma cena do filme "Charlie Chan em Paris", de 1935, chamada "Dança Apache", que é uma maluquice só: mais parece um briga do que propriamente uma dança. Curioso com o assunto, acabei descobrindo que a dança não tem nada a ver com a tribo de índios americanos homônimos, de fato, até a pronúncia correta, apoeshay, é diferente (o apresentador, americano, erra ao pronunciar) e originou-se nas classes baixas parisienses dos anos 20. |
Segundo contam, as origens da dança Apache estão relacionadas com uma briga de rua doméstica entre dois homens (marido e amante) e uma mulher em Montmartre, Paris, na frente de uma boate que era indiretamente conhecida como "Apache". Um jornalista noticiou no Le Parisiense, no outro dia, que "a fúria de um incidente tumultuado (uma briga) entre dois homens e uma mulher parecia com a ferocidade dos selvagens índios Apache em batalha, bem na frente do Apache".
A partir dai começaram a surgir "Bandos Apache", que na verdade eram gangues de rua que se ficariam conhecidas mais tarde como "les Apaches". Esses pistoleiros criaram então seu próprio tipo de dança que reencenava as ações relatadas no épico "barraco" daquela noite em muitos "caveau des innocents" (clubes do submundo). Historicamente, a Dança Apache era também chamada de "Dança do Submundo" por razões muito óbvias.
Não havia passos, padrões ou rotinas reais, ainda que sim uma coreografia onde os dançarinos encenavam uma pantomima grotesca, geralmente acompanhando valsa ou tango. As mulheres eram muito vigorosamente abraçadas, chacoalhadas, jogadas de um lado ao outro, e encenavam sinais de medo, mas fazendo caras e bocas de devoção.
A dança acabou se tornando popular para a classe alta, que gostava de assistir suas apresentações. Embora tenham tentado brevemente, a dança provou ser muito áspera para a pista da dança de salão e permaneceu apenas como um evento de exibição.
Apesar de raro, algumas das mulheres que dançavam o Apache se machucaram seriamente durante suas apresentações ou sessões de treinos. Há relatos inclusive de mortes. Isso contribuiu para que a dança não se tornasse muito popular socialmente, apesar de ter sido experimentada por um período muito curto de tempo.
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