O ataque de uma gralha agressiva na Austrália terminou com a morte de um ciclista

A primavera em Nova Gales do Sul significa que chega uma nova ameaça às ruas australianas como a cada ano: magpies (Gymnorhina tibicen) muito bravas, literalmente. Parente dos corvos e das gralhas não há uma designação para este pássaro em português ("pega", talvez), que é relativamente pacífico. Contudo, na época da procriação, tanto macho quanto fêmea se juntam para espantar intrusos na proximidade de seus ninhos.

De fato, uma ave já causou a primeira morte. Um acidente acabou com a vida de um ciclista. A trágica cena ocorreu quando um homem de 76 anos pedalava no parque Nicholson em Wollongong, uma cidade costeira ao sul de Sydney, no domingo, 15 de setembro. Segundo um comunicado das autoridades da cidade, as testemunhas viram o homem sair da ciclovia do parque após uma magpie se lançar sobre ele, produzindo no instante um violento choque com um poste e um tombo de cabeça.

O homem foi transladado de helicóptero ao Hospital St George em condição crítica. Ali recebeu atenção médica, mas morreu à noite como resultado das lesões na cabeça. A história não passaria da página de óbitos se não fosse porque o desafortunado acidente ocorreu em um país, Austrália, onde ninguém é alheio aos problemas causados pelas agressivas aves.

As magpies australianas são diferentes das outras espécies que se encontram em todo mundo. Tem um bico branco distintivo e tanto machos como fêmeas são notoriamente agressivos e territoriais durante a temporada de acasalamento e aninhamento.

Dado que são muito encontradas em áreas urbanas e suburbanas, com relativa frequência de deparam com humanos. Segundo explicou a especialista em comportamento animal Gisela Kaplan:

- "A temporada de magpies deste ano está sendo particularmente notável. Elas são mais agressivas durante a primavera, ao redor de setembro e outubro, no entanto, o comportamento disparou no início do ano após um inverno cálido."

Inclusive existe um site, Magpie Alert, que controla os ataques das aves em toda Austrália. Em 2019, o site documentou quase 2.000 ataques e mais de 200 feridos, a maioria com ferimentos na cabeça e no rosto por culpa dos bicos das aves.

Por verdade, o site recomenda que se você quiser evitar seus ataques o certo é evitar áreas onde estas aves costumam ficar e inclusive planejar rotas alternativas se for necessário. Os especialistas também recomendam que as pessoas viajem em grupos porque as aves com frequência se dirigem a pessoas sozinhas, especialmente ciclistas.