Nos últimos dias, muitos meios de comunicação de todo o mundo reportaram a notícia de um casal do estado de Indiana, nos Estados Unidos -atualmente divorciados-, que foram presos recentemente por abandonar em 2013 uma menina com nanismo que tinham adotado três anos antes. Os acusados Kristine e Michael Barnett concederam uma entrevista ao Mail Online assegurando em sua defesa que a suposta menor era em realidade uma adolescente ou inclusive uma mulher adulta impostora que planejava assassinar os membros da família enquanto dormiam. |
No entanto, segundo dica do amigo Rusmea, via Facebook, uma investigação realizada pelo jornal espanhol El Confidencial questiona a veracidade da versão e fornece evidências de que efetivamente se tratou de um caso de abandono deliberado de uma menor.
Em 2010, os Barnett adotaram Natalia Grace, uma menina ucraniana afetada por um transtorno congênito do crescimento ósseo. De acordo com sua certidão de nascimento, a menina tinha seis anos no momento de ser acolhida pela família. No entanto, o casal logo começou a desconfiar de sua idade depois que Kristine descobriu que a pequena já tinha pelos púbicos e posteriormente encontrou sangue em sua roupas íntimas, indicando que já tinha menstruado.
Isto, segundo o referido jornal, pode ser explicado pela doença da menina. Em alguns casos este transtorno pode se manifestar uma puberdade precoce e inclusive menstruações desde idades tão temporãs como os sete anos, junto com um desenvolvimento e maturação sexual claramente visível nos genitais.
Convencidos de que sua filha adotiva era uma mulher adulta, os Barnett foram em junho de 2012 à justiça e mudaram sua idade legal a 22 anos, ainda que não está claro como conseguiram fazer isso. Nesse mesmo ano, Natalia foi internada em uma unidade psiquiátrica depois que, segundo Kristine, ela foi empurrada pela filha contra uma cerca eletrificada.
Enquanto recebia tratamento, a pequena teria admitido que tinha mais de 18 anos, afirmou em uma carta escrita em 2016 Andrew McLaren, o médico familiar dos Barnett, que respaldou a versão do casal e acusou Natalia de fingir ser uma menina para se aproveitar de sua família adotiva.
Em 2013, o casal se mudou para o Canadá, onde um de seus filhos biológicos -um menino autista prodígio- foi admitido em uma instituição universitária, deixando Natalia sozinha em um apartamento com o aluguel pago por um ano. De acordo com a atual investigação judicial contra os Barnett, a mudança de idade legal de sua filha adotiva permitiu-lhes garantir o acesso de Natalia a um programa de cupons de alimentação e ajuda psiquiátrica.
Em fevereiro do ano seguinte os Barnett se divorciaram e Michael voltou para Indiana, mudando-se a uns 90 quilômetros do lugar onde vivia sua filha adotiva. Finalmente, quando acabou o prazo do aluguel, Natalia foi despejada da casa onde morava. Logo notaram que ela deixou de ir às aulas e, de acordo com depoimentos de alguns vizinhos, Natalia foi encontrada perambulando pelas ruas, faminta, suja e sem sapatos.
Segundo Terrance Kinnard, advogado de Michael Barnett, seu cliente teria admitido ter abandonado a filha adotiva sabendo que era menor de idade e confessou, inclusive, que sua ex-mulher instruiu a pequena a dizer que tinha 22 anos se alguém perguntasse a sua idade. No entanto, em conversa com o Mail Online, o advogado negou que seu cliente reconhecesse sua culpabilidade, assinalando que as declarações de Michael foram feitas à Polícia quando os agentes o visitaram de surpresa em sua casa e foram tiradas de contexto.
Natalia Grace Barnett tem agora 16 anos, mas pelas mudanças de idade legais, segundo a Justiça, tem 30. Depois de anos e anos deste imbróglio, finalmente agora está começando a ser resolvido.
Supostamente, faz 3 anos que ela se mudou para outro condado e mora com uma outra família adotiva que deu a ela tudo o que necessitava. Há fotos de 2018 onde a menina aparece sorrindo junto aos outros dois filhos deste casal, que evidenciam esta versão, ainda que ninguém saiba seu paradeiro atual.
Enquanto isso, Kristine e Michael Barnett esperam a sentença por um caso de abandono de menores.
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