O que está errado no vídeo viral de uma beluga jogando rugby com um marinheiro

O último vídeo viral de animais selvagens fazendo coisas fofas tem como protagonista uma baleia beluga brincando de buscar uma bola de rugby lançado por um grupo de pessoas a bordo de um barco. Inclusive nós compartilhamos o post feito no Facebook com as imagens. É adorável, sim, só que nem a beluga é selvagem, nem o marinheiro está fazendo o correto. Diversas vozes, entre elas várias de cientistas, alertaram que o animal parece ser Hvaldimir, lembram dela?

Sim a beluga que se tornou célebre no começo do ano por aparecer em frente à costa da Noruega portando um arnês com a inscrição "Equipe de San Petersburgo" em russo. A hipótese é que o animal pertencia ao exército russo e estava treinado para colaborar com mergulhares militares em diferentes tarefas. Em algum momento, a beluga fugiu (ou foi solta) e acabou na costa da Noruega.

Que tem de errado que uma beluga brinque com as pessoas, domesticada ou não? A resposta foi resumida por uma cientista chamada Coleen Gorman em um post publicado faz dias no Facebook:

- "... o barco mostrado no vídeo é um barco de pesquisa norueguesa e seus tripulantes deveriam saber que brincar com uma beluga e aparentar que está jogando com humanos não é uma boa ideia. Vergonha para eles e para a garota que publicou o vídeo.

Hvaldimir a beluga é como Lua (L98), uma orca juvenil órfã que também buscava humanos para a interação social em vez de seus congêneres. Assim como Luna, essa familiaridade e dependência dos humanos terminará quase inevitavelmente em uma tragédia. Hvaldimir é um fugitivo de uma instalação russa. Está sozinho e não se uniu a nenhum grupo de belugas em águas norueguesas provavelmente porque, como muitas outras belugas cativas russas, foi separada de uma população no Mar de Okhotsk, que está a uns 6.000 km de distância."

Coleen ratifica esta história e explica que o principal problema de que uma beluga interaja com humanos é que isso impede que o animal se adapte bem à vida em mar aberto. Com frequência estas aproximações a barcos terminam com o cetáceo ferido pelas hélices.