![]() | - "A história do ser humano é a história das religiões", disse certa vez Max Müller, um dos grandes filólogos e eruditos das religiões, tradutor dos Vedas. Em grande parte, o impulso religioso foi o impulso civilizatório, de tal maneira que para filósofos alemães como Hegel e Schelling a difusão da cultura humana era vista como uma expansão do espírito, um processo de espiritualização da realidade. |

Hoje em dia a religião não goza do mesmo prestígio, mas de qualquer jeito as religiões subjazem como fontes de costumes, ideias e modos de conceber a realidade na grande maioria dos movimentos sociais e políticos.
O World Religion Database compila faz alguns anos um censo religioso do mundo, oferecendo números sumamente interessantes para a análise. Nas seguintes estatísticas podemos ver as mudanças na concentração das religiões mais importantes do mundo em 100 anos:
- Cristianismo 1910: 34,8%, 2019: 31,5% (% total da população)
- Islã 1910: 12,6%, 2019: 23,2%
- Agnosticismo 1910: 0,2%, 2019: 16,3%
- Hinduísmo 1910: 12,7%, 2019: 13,8%
- Budismo 1910: 7,9%, 2019: 7,1%
- Religião tradicional chinesa 1910: 22,2%, 2019: 5,3%
A mudança mais radical pode ser observado na religião tradicional chinesa ou o shenismo, onde se misturam o taoísmo, o budismo, o confucionismo e uma camada de crenças e costumes. Esta religião viu-se erradicada pelo maoísmo e suas políticas antirreligiosas.
Deve ser acrescentado que segundo dados mais atuais, o islã já supõe mais de 24% da população mundial, e algumas pessoas acham que em um par de décadas se transformará na principal religião do mundo. Se a chamada "religião da paz" prosperar no Ocidente podemos prever um mundo bem complicado e com um tamanho retrocesso nos costumes só comparáveis a Idade das Trevas.
O World Religion Database não inclui a denominação "ateísmo" (assumimos que se refira neste caso com o "agnosticismo"), uma das (des) crenças que mais crescem no mundo, junto com outra muito particular que ocorre nos Estados Unidos e alguns países europeus: as pessoas que se identificam como "espirituais mas não religiosas".
Segundo o Pew Research Center, em 2015, 19% da população dos Estados Unidos identificou-se como "espiritual mas não religioso" e em 2017 27% da população descreveu a si mesma desta maneira. Isto sugere uma clara tendência em sociedades ocidentais a manter distância da religião, em ocasiões querendo manter uma verdadeira postura ou inquietude em torno da espiritualidade, manifestando seu individualismo, sem pertencer a nenhum grupo organizado, para além de coisas como ir ocasionalmente a um centro de meditação ou a um grupo de reflexão.
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