![]() | Há muitas razões válidas para preocupar-se a respeito de como as técnicas de deep learning poderiam ser usadas potencialmente para manipular imagens por razões nefastas. Mas como demonstra Denis Shiryaev ao melhorar alguns filmes antigos em preto e branco, essas ferramentas com inteligência artificial também podem ser uma forma poderosa de reviver e reavivar o passado, de forma a fazer com que imagens antigas, que parecem muito distantes no tempo, pareçam ter sido feitas hoje de manhã. |
Ocorre que, quando olhamos vídeos antigos, que estão cheios ruídos, mofo e sem cor, é difícil se sentir ligado com as pessoas do clipe, ou com o que ele mostra. Parece um filme velho, e, ao longo dos anos, esse meio ensinou a nossos cérebros que o que estamos vendo na tela poderia não ser real. Em comparação, a experiência de ver vídeos de amigos e familiares registrados em seu smartphone é completamente diferente graças às resoluções 4K e as taxas de quadros por segundo. Esses clipes parecem mais autênticos e, enquanto olhamos, há mais conexão com o momento, inclusive se em realidade você não estava ali quando foi filmado.
Nesse sentido, seguindo dica do amigo Rusmea, via Facebook, em 1896, Louis Lumière, um dos famosos irmãos Lumière, pioneiros da captação das imagens em movimento, filmou um curta-metragem chamado "L'Arrivée d'um train em gare da Ciotat" que apresentava um trem que lentamente chegava a uma estação.
O clipe de 45 segundos é mais famoso por várias lendas urbanas que diziam que várias pessoas saíram correndo do cinema durante as projeções em 1896, aterrorizados que o trem estivesse a ponto de passar pela tela. É possível que nunca tenha acontecido isso, mas dado a novidade que era o meio, o vídeo certamente deve ter provocado uma experiência única para alguém que nunca tinha visto antes imagens em movimento.
O filme, lógico, não tem o mesmo efeito no público moderno, mas Denis Shiryaev se perguntou se poderia torná-lo mais convincente utilizando algoritmos alimentados por redes neuronais -como a Gigapixel AI e DAIN da Topaz Labs- não só para aumentar a resolução a 4K, senão também para aumentar a velocidade de frames a 60 por segundo.
Além de seguir sendo branco e preto, que poderia ser considerado simplesmente como uma opção artística, e o artefato visual introduzido pelas redes neuronais, a versão melhorada do antigo filme parece que poderia ter sido gravado em uma câmera atual.
Os resultados são bem interessante, mas estão longe da perfeição, e esperamos que Shiryaev aplique um dos muitos algoritmos de aprendizado profundo que também podem corrigir os pequenos saltos, provocados por falta de frames, no vídeo e outros que podem colorir filmes em preto e branco, mas o potencial óbvio destas ferramentas para melhorar vídeos históricos e aumentar seu impacto é tão emocionante quanto seu potencial para ser mal utilizado. Aqui o vídeo original:
Em 2012, um pequeno estúdio de cinema criou um remake em alta definição do filme nos tempos modernos.
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Comentários
Ainda tem defeitos, mas com certeza ficou melhor.
Achava que a estava nos trilhos, para o trem ir rumo a tela. passa ao lado.