Sem pelos, de diversos tamanhos e muito dócil, esta raça deixou de ser marginalizada e se transformou em símbolo do Peru, deixando para trás anos de discriminação e estigma. Desprezado como animal de estimação desde a "conquista" espanhola e criado quase exclusivamente para rituais de feitiçaria por xamãs ou curandeiros, o cão sem pelos do Peru ou cão "calato" emerge mais de quatro séculos depois, livre de preconceitos por sua falta de pelagem e considerado uma das raças melhor avaliadas do mundo. |
Segundo dica do amigo Rusmea, via Facebook, o calato se tornou um grande orgulho dos Peruanos, porque na cultura Chancay já era um animal de estimação e conforme algumas pesquisas históricas sua existência no país remonta o ano 300 a.C.. O calato tem um lugar destacado como parte de mitos, lendas e obras artísticas das culturas pré-colombianas. Cabe indicar que é chamado "calato" porque a palavra vem do quechua e significa "pelado".
Pese a ser oriundo do país, até faz pouco tempo, umas três décadas, o calato era negligenciado por sua carência de pelos e pelas feridas, devido a essa condição, causadas na sua pele pelos elementos. Estes cães, cuja falta de pelos é produzida pela síndrome de hipoplasia ectodérmica, têm tamanhos dos mais variados: grande, média e pequena, mas tem um corpo definido, com um tórax proeminente e uma cintura estreita criando uma curva que estiliza sua figura.
Outro diferencial dos calatos é a ausência de pré-molares, o que torna a raça pouco habituada ao ataque e faz com que seja um animal de estimação ideal, pois se trata de um cão muito dócil, afetuosos com seu dono, ainda que nervoso com os estranhos. Em geral, muito parecido com o nosso querido vira-lata: late muito, mas nunca morde.
Infelizmente, foi precisamente sua pele nua que implicou um tabu para o contato com muita gente durante anos, pois muitas vezes eram confundidos com cães sarnentos. A discriminação com estes cães começou no século XVI com a chegada dos espanhóis, quando foram associados a rituais de idolatria indígena e por isso tentaram inclusive seu extermínio.
No início da República peruana e até fins do século XX, sua criação era associada quase exclusivamente a seu uso em velhos costumes e inclusive como parte da medicina tradicional como cão de companhia, onde era utilizado como "calmante" para o reumatismo e doenças respiratórias, pela calidez de sua pele.
O peruano só passou a dar valor ao calato quando foi inscrito como raça primitiva, do tipo Spitz, na Federação Cinológica Internacional, em 12 de junho de 1985, quando então o governo o inseriu em sua cultura oficial. Em 2001 o animal foi catalogado como patrimônio nacional e espécie a ser preservada.
Hoje em dia o calato é um dos destaques nas exposições sobre identidade peruana. Está em ilustrações em camisetas, revistas e diários. Os anos duros para o calato parecem ter ficado para trás e hoje não é mais uma espécie em perigo, senão todo o contrário.
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