O pássaro-alfaiate (Orthotomus sutorius) é uma pequeno passarinho canoro autóctone da Ásia tropical, mas sua característica mais intrigante não é o canto, senão sua habilidade para construir ninhos. Ele costura uma ou duas folhas sólidas para criar um berço que propicia um abrigo confortável e camuflado de predadores. E quando digo "costura", é exatamente isso que quero dizer. A fêmea do alfaiate usa seu bico afiado como uma agulha para furar primeiro as folhas, depois pega teias de aranha ou fibras de plantas e as guia pelos orifícios como um fio, até que a bolsa fique pronta e segura. |
Não está claro como os alfaiates escolheram esse talento para costurar, mas está claro que ele é transmitido geneticamente. O processo de construção do ninho do pássaro-alfaiate começa com a fêmea escolhendo as folhas certas. Elas precisam ser sólidas o suficiente para sustentar ela e os ovos, então uma folha morta simplesmente não serve.
Depois, ela deve estar localizada a uma certa altura, cerca de um metro acima do solo, e mesmo assim o tamanho das folhas é importante. O pássaro primeiro tentará se enrolar dentro de uma folha; se for grande o suficiente, o processo de costura começa; caso contrário, ela terá que usar folhas extras nas proximidades para construir o ninho ou encontrar um local melhor. As folhas no final dos galhos são ideais, pois evitam as chances de predadores chegarem ao ninho.
Uma vez que o local certo é descoberto, a fêmea do alfaiate usa os pés para puxar a folha e perfura as bordas com o bico. Depois, enfia cuidadosamente as fibras das plantas ou teias de aranha nos orifícios, dezenas e até centenas de vezes, até que o design do berço esteja completo. O ninho não se desenrola, em parte devido à aspereza do material da linha usada, mas também aos complexos padrões de costura. Um ninho pode ter entre 150 a 200 pontos.
Os pássaros alfaiates também parecem capazes de lidar com acidentes, como rasgos nas folhas durante o processo de construção, adicionando cuidadosamente mais pontos ou até folhas extras nas áreas afetadas para garantir que a camuflagem seja perfeita. Se os danos forem irreparáveis, elas recomeçam, reciclando materiais desde a primeira tentativa. Quando o ninho estiver pronto, elas o preencherão com penas e material vegetal para prepará-lo para a incubação dos ovos. Fantástico!
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Comentários
Eu sou um zoólogo de nacionalidade angolana. Amo o mundo animal, e me surpreendi bastante com esta ave e o seu trabalho.