O diretor da unidade de cuidados intensivos do Hospital Zhongnan da Universidade de Wuhan, em Hubei, China, Peng Zhiyong, assegura que os efeitos do covid-19 no corpo humano são como uma combinação do SARS e da AIDS, segundo comentou em entrevista no passado 29 de fevereiro. Entre os dias 16 e 24 de fevereiro, Liu Liang, especialista da Universidade de Ciência de Huazhong, realizou a autópsia a nove pacientes falecidos por coronavírus, e Peng analisou os resultados. |
Através de um estudo sobre um dos exames anatômicos publicado no Journal of Forensic Medicine pela equipe de Liu, ele concluiu que a doença causa fibrose irreversível dos pulmões:
- "A influência do covid-19 no corpo humano é como uma combinação de SARS e AIDS, porque danifica tanto os pulmões como o sistema imunológico", explicou Peng. - "Acho que o mais importante agora é tomar medidas em uma etapa precoce da doença para proteger os pulmões dos pacientes da fibrose irreversível", acrescentou o especialista.
Neste sentido, Peng recalca que se os pulmões do paciente sofrem um dano irreversível, outras medidas como as aplicadas para prevenir o déficit de oxigênio não serão de muita utilidade.
O estudo centra-se no caso de um homem de 85 anos que foi hospitalizado em janeiro por um infarto cerebral. Ao cabo de três dias foi diagnosticado com coronavírus, e faleceu duas semanas depois. A equipe de Liu viu que o cadáver apresentava danos evidentes nos pulmões, bem como um excesso de produção de mucosidade nos alvéolos, pelo que concluíram que o coronavírus provoca uma resposta inflamatória que danifica as vias respiratórias profundas e os alvéolos pulmonares.
O estudo detalha que o organismo do falecido apresentava mudanças patológicos similares aos causados pela síndrome respiratória agudo grave (SARS) e a síndrome respiratória do Oriente Médio Oriente. Não obstante, a fibrose em seus pulmões não foi tão grave como já tinham observado em outros pacientes com SARS. Também não encontraram mudanças patológicos em seu sistema digestivo, baço ou cérebro.
Peng considera que o número de novas vítimas mortais pelo covid-19 em Wuhan poderia experimentar um incremento porque acha que os mais de 6.700 pacientes em estado crítico que há nessa localidade chinesa poderiam morrer a qualquer momento.
O Governo e os hospitais locais lembraram a necessidade de realizar autópsias dos mortos por coronavírus, mas não conseguiram localizações adequadas para evitar o risco de transmissão viral durante tais exames médicos. Ademais, para isso precisam da permissão dos familiares, que não sempre conseguem devido à tradição chinesa de preservar o corpo do defunto.
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