- "O esforço da China para evitar a rendição de contas pela nova pandemia de coronavírus através de uma campanha de propaganda global parece estar fazendo tanto dano como bem a Pequim. As tentativas dos diplomatas e imprensa estatal de culpar os países ocidentais pela origem e a propagação do vírus provocaram uma reação violenta; as entregas de material sanitários deram lugar a relatórios sobre sua má qualidade", assinala em sua abertura o jornal, em alusão ao fornecimento de produtos com defeito ou inclusive infectados.
O meio, propriedade do CEO e fundador da Amazon Jeff Bezos, denunciou ademais que - "...em vez de retratar-se, o regime do presidente Xi Jinping recorreu a uma tática familiar: o bullying. Seus diplomatas exigem que os governos elogiem a gestão chinesa da epidemia ou censurem os relatórios sobre suas lambanças, e estão ameaçando retaliações se não se cumprirem seus requisitos. Inquietante, esta tática parece estar funcionando com a União Europeia."
Ocorreu que na semana passada, uma unidade dentro do Serviço Europeu de Ação Exterior, dedicada ao rastreamento da desinformação, completou um relatório sobre a covid-19 que descrevia a propaganda chinesa e russa. Entre outras coisas, o concludente estudo oficial europeu dizia, com precisão, que a - "A China segue realizando uma campanha de desinformação global para desviar a culpa da pandemia e melhorar sua imagem internacional".
O The Washington Post continua:
- "Quando apareceu um vazamento sobre o relatório na edição europeia de Politico, oficiais chineses se puseram a trabalhar. Segundo o Financial Times, dois funcionários públicos do Ministério de Relações Exteriores ligaram à Embaixada da União Europeia em Pequim, enquanto um terceiro contatou a sede diplomática da UE em Bruxelas. Opuseram-se à conclusão de que o governo chinês estava espalhando fakenews; O Financial Times informou que um alto servidor público disse ao embaixador da UE em Pequim que 'se a União Europeia seguisse os Estados Unidos em atacar publicamente a China, sofreria um golpe como Estados Unidos'."
A brutal pressão diplomática funcionou. De imediato Josep Borrell o mais alto servidor público de relações exteriores da União, ordenou uma revisão do relatório e suavizar as acusações contra a China e Rússia. Quando voltou a ser publicada já nada dizia da "campanha global de mentiras" do regime. O escândalo interno cresceu ao extremo que uma analista de inteligência acusou seus superiores de ter exercido a "autocensura" para apaziguar o Partido Comunista Chinês.
- "A campanha do regime Xi para suprimir os relatórios e comentários ocidentais sobre sua gestão do coronavírus está aumentando. Recentemente expulsou jornalistas do The Washington Post, The New York Times e de The Wall Street Journal. Seus diplomatas exigiram uma declaração pública do governo alemão elogiando seu manejo do coronavírus. Seu embaixador na Austrália ameaçou o país com um boicote econômico se o governo não parasse de pedir uma investigação sobre a origem da covid-19. A resposta a tal beligerância não pode ser apaziguamento e censura", concluiu o diário.
Ocorre que a agressiva diplomacia do regime chinês no meio da pandemia está causando um retrocesso em todo mundo à medida que os países duplicam os pedidos de uma investigação sobre a gestão da pandemia por parte de Pequim. Nas últimas semanas, os diplomatas chineses envolveram-se em discussões verbais sobre assuntos que incluem produtos médicos defeituosos enviados da China, e países que exigem uma maior responsabilidade do regime em Pequim por seu papel em causar que o vírus se propagasse por todo o mundo.
Os países estão endurecendo cada vez mais sua postura para o regime, reconsiderando sua dependência da fabricação chinesa e a aceitação das empresas tecnológicas chinesas que apresentam riscos de segurança.
Através de notícias falsas ou editoriais pagos em jornais do Ocidente, a campanha de desinformação radical do regime chinês nos últimos meses, orientada a desviar a atenção de seu encobrimento do surto, provocou a rejeição reiterada dos governos ocidentais e tem impulsionado ainda mais os países a repensar suas relações com o regime chinês.
- "O regime chinês durante décadas foi capaz de fazer outros países retrocederem ameaçando com consequências econômicas, mas não acho que vá funcionar tão bem", disse Helle Dale, pesquisadora de diplomacia pública no grupo de especialistas Heritage Foundation. - "Os países agora estão trabalhando juntos para enfrentar a China pela crise."
Enquanto isso os diplomatas chineses e a imprensa estatal chinesa aumentaram suas críticas para os Estados Unidos à medida que a administração Trump intensifica as demandas para que o regime chinês renda contas por sua gestão tardia do vírus.
Após o presidente Donald Trump sugerir que os Estados Unidos poderia buscar uma compensação substancial do regime chinês por causar a pandemia, Geng Shuang, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, acusou os políticos nos Estados Unidos de "mentir entre dentes”.
- “Aconselhamos os políticos americanos que reflitam sobre seus próprios problemas e façam todo o possível para controlar a epidemia o quanto antes possível, em vez de seguir jogando truques para desviar a culpa."
O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse mais tarde que esses comentários eram "desinformação comunista clássica”. Assinalou os esforços do regime chinês para silenciar os médicos que tentaram fazer soar o alarme sobre o surto durante suas primeiras etapas.
- "Essas são as coisas que fazem as instituições comunistas. Todos os conhecemos desde os dias soviéticos. Sabemos o tipo de coisas que fazem os partidos comunistas para tratar de administrar a informação dentro de seu próprio país e em todo mundo", disse Pompeo em uma entrevista com a Fox em 29 de abril.
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