Não é segredo que, para conseguir uma boa foto, os fotógrafos às vezes sofrem condições extremas. Para obter uma boa foto ou uma boa história, os fotógrafos da Nat Geo às vezes passam meses congelando na neve ou cozinhando nos desertos ardentes por uma foto certa. Duvido, no entanto, que qualquer um deles tenha tido a experiência de se tornar a paixão ardente de um papagaio kakapo tarado para conseguir uma boa foto. |
O vídeo, dica do amigo Roger Laz, via e-mail, não é novo, mas por um motivo desconhecido tornou a viralizar novamente ao mostrar o ator Stephen Fry e o zoólogo Mark Carwardine percorrendo o mundo documentando espécies ameaçadas de extinção como parte da antiga série "Last Chance to See" da BBC. Mark teve a sorte de ser um dos primeiros fotógrafos a ter um encontro tão íntimo com um caçapo.
Se quisermos ser honestos, a seleção natural selecionou objetivamente o kakapo para extinção. Os únicos papagaios noturnos que não voam no mundo são nativos da Nova Zelândia, onde passam as noites vagando como o Pokémon iniciante mais lânguido. Eles são basicamente refeições felizes para predadores, mas são fofos e únicos, então os cientistas estão afastando-os da beira da extinção, um filhote recém-nascido de cada vez.
Em 2019, haviam apenas 147 kakapos adultos vivos no mundo, e a falta de diversidade levou a problemas como endogamia, infertilidade e distúrbios genéticos. Também não ajuda que os kakapos sejam tão burrinhos quanto ao processo de criação de bebês. Os kakapos machos que estão pronto para acasalar cavam buracos no chão, onde se sentam e se inflam, como bolas de futebol, enquanto estrondam a noite toda para atrair fêmeas. O problema é que quando tem gente por perto, o bicho esquece da fêmea e vai acasalar na cabeça do azarado.
Acasalamento com cabeças é um tema comum com os caçapos. Eles já tentaram acasalar com cabeças humanas com tanta frequência que os cientistas uma vez criaram um "capacete de ejaculação" (foto abaixo) para os voluntários usarem. O capacete de borracha apresenta uma série de covinhas para coletar sêmen, essencialmente, um chapéu preservativo. Ele nunca funcionou, pois o kakapo também é lento no ato sexual, fazendo isso por quase uma hora, enquanto a maioria dos pássaros requer apenas alguns segundos.
Felizmente, nos últimos 3 anos, os cientistas encontraram uma maneira de avançar tecnologicamente para superar esse problema e potencialmente salvar a espécie: um drone que transporta o sêmen de kakapos geneticamente fortes para fêmeas receptivas na esperança de uma impregnação bem-sucedida.
Os cientistas monitoram as fêmeas quanto a sinais de fertilidade e, quando todos os sistemas parecem estar funcionando, eles carregam um drone e o enviam para o cientista de campo que está monitorando a fêmea, após o qual ela é inseminada artificialmente. E o processo parece estar funcionando. Graças a uma safra abundante de filhotes, a população de kakapos alcançou hoje 213 aves vivas. Esse é um grande passo na direção certa.
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