Especialista em montagens de vídeo e restauração de fotografias históricas, Matt Loughrey decidiu editar filmes gravados faz mais de um século, com um resultado que os fazem parecer vídeos gravados com câmeras de alta resolução de nosso tempo. Para isso insere nas antigas gravações milhares de novos quadros gerados por um algoritmo de inteligência artificial (IA). Desta maneira, consegue preencher a informação visual inexistente ou manchada pelo tempo entre os fotogramas originais. |
Um dos materiais remasterizados pelo artista digital, que compartilhou neste fim de semana através de Instagram, é uma conversa entre o célebre explorador e empresário de espetáculos William Cody, mais conhecido como Buffalo Bill, e um chefe da tribo Oglala Lakota, que se entendem na linguagem de sinais dos índios das planícies. A cena foi filmada em 1914.
Só para que o leitor possa entender, o filme original foi criado com uma qualidade de 24 quadros por segundo (fps), com as eventuais falhas das gravações antigas (frames escuros ou foscos), enquanto a nova versão é de 60 fps. Como resultado, o material adquire uma qualidade e estabilidade de imagem absolutamente impensável na época em que foi criado.
O vídeo original parece truncado, de modo que nosso olhos conseguem perceber o avanço de um frame para o outro, de fato, esta gravação já foi restaurada anteriormente através da interpolação de movimento, uma técnica de processamento gráfico que duplica e funde um quadro e o próximo para criar um terceiro entre os dois para melhorar a qualidade e aumentar a fluidez, mas a informação visual muitas vezes acaba embaçada e com "fantasmas".
Já a remasterização baseada na IA difere da interpolação porque o frame ausente, com base em um padrão sequencial. Por exemplo, se no primeiro quadro a mão de um modelo aparecer abaixo em relação ao segundo, a IA irá criar um quadro intermediário onde a mão aparece a meio caminho entre um quadro e outro. Não há interpolação senão a criação de um frame que realmente não existe.
O que obtemos ao final é, em verdadeiro sentido, uma ilusão óptica, já que um monte desses fotogramas jamais existiram. Isto é o algoritmo preenche os vazios com a melhor suposição. E o melhor disso é que quando mais estes sistemas de aprendizado profundo coletam dados, mas "inteligentes" e "eficientes" se tornam.
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