Entre 2012 e 2014, o fotógrafo seuelês Hyung S. Kim, visitou frequentemente a Ilha Jeju, que fica na costa sul da Coréia do Sul, para documentar as impressionantes mulheres praticantes seculares de mergulho. Conhecidas como Haenyo -que literalmente se traduz em mulheres oceânicas- as mergulhadoras icônicas colhem frutos do mar e outras formas de vida marinha através do mergulho livre, exigindo que prendam a respiração por até três minutos enquanto mergulham até uns 10 metros. |
A história curta sobre as Haenyo remonta a uma sobretaxa nos impostos que levou à desistência da prática pelos pescadoras da ilha, mas uma brecha na lei permitia que as mulheres pescassem e vendessem sem nenhum imposto. A história mais longa você pode ler no artigo "Haenyo, as incríveis vovós mergulhadoras da Ilha Jeju
Hoje, muitas destas mulheres já ultrapassaram os sessenta anos: a mergulhadora mais jovem que Kim fotografou tinha 38 anos na época, enquanto a mais velho tinha mais de 90.
Fotografadas logo após saírem da água, os retratos feitos por Kim situam as mulheres em um fundo branco e forte, que enfatiza seus trajes ainda molhados e manchados de sujeira.
Seus equipamentos incluem um tewak, a esfera laranja pendurada sobre os ombros de algumas, que flutua na superfície com um cordame atado ao traje para que possam voltar rápiso quando estão sem fôlego depois de mergularesm com pesos presos às cinturas para acelerar a descida.
- "Elas são mostradas exatamente como são, cansados e sem fôlego. Mas, ao mesmo tempo, incorporam uma incrível resistência mental e física, pois o trabalho em si é muito perigoso; todos os dias elas cruzam a linha tênue entre a vida e a morte", explicou Kim.
em entrevista ao New Yorker imediatamente após o lançamento dessa série. - "Eu queria capturar essa extrema dualidade das mulheres: sua força máxima combinada com a fragilidade humana."
Em 2016, as Haenyo foram adicionadas à Lista do Patrimônio Cultural Imaterial da UNESCO, já que o número de mergulhadores diminuiu de cerca de 20.000 na década de 1960 para apenas 2.500 nos últimos anos.
Embora o trabalho fosse originalmente dominado por homens, como explicamos no começo deste artigo, uma brecha inesperada na lei acabou por refletir a sociedade semi-matriarcal da ilha Jeju no século 18 e continua a ser liderada por mulheres até hoje.
Infelizmente, a prática está em extinção, já que as jovens coreanas da atualidade não querem aprendê-la, de fato, hoje há apenas duas Haenyo em toda a ilha abaixo dos 30. Isto torna esta coleção de fotos ainda mais especial pois elas podem ser o último testemunho das derradeiras heroínas de Jeju Island.
Explore a coleção completa de retratos de Hyung S. Kim, seguindo o genial fotógrafo no Instagram. Você também pode curtir o curta-metragem de Kimi Werner documentando sua visita à ilha de Jeju.
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