Um grupo de cientistas encontrou na natureza exemplares do chamado cão-cantor da Nova Guiné. Isto ocorreu pela primeira vez desde a década de 1970, o que demonstra que essa rara espécie ainda existe em estado selvagem. O Canis lupus hallstromi foi estudado pela primeira vez em 1987 e tornou-se conhecido por sua vocalização única e característica, capaz de produzir sons agradáveis e harmônicos com qualidade tonal. Na atualidade pensavam que só existiam entre 200 e 300 animais dessa espécie, cativos em centros de conservação. |
- "O cão-cantor de Nova Guiné que conhecemos hoje em dia é uma raça que foi criada basicamente por pessoas", explicou Elaine Ostrander, pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisa do Genoma Humano dos EUA. (NIH) e autora principal do estudo, publicado ontem na revista científica PNAS. - "Oito foram levados aos Estados Unidos desde as terras altas de Nova Guiné e reproduziram-se entre si para criar este grupo", acrescentou.
Elaine sustenta que uma obrigada endogamia entre os exemplares cativos mudou sua composição genômica ao reduzir as variações no DNA do grupo, razão pela qual provavelmente perderam uma grande quantidade de variantes genéticas que existiram em suas contrapartes selvagens. A geneticista indica que isto poderia ameaçar a sobrevivência dos cães-cantores de Nova Guiné hoje cativos.
No NIH indicam que outra espécie, o cão selvagem das terras altas, tem uma aparência física surpreendentemente similar à do cão-cantor de Nova Guiné, sendo inclusive mais antigo que este.
Em 2016, alguns especialistas empreenderam uma expedição a uma região montanhosa chamada Puncak Jaya, em Papua, na Indonésia, em que encontraram 15 animais de cão selvagem das terras altas perto da mina Grasberg, a maior mina de ouro do mundo.
Dois anos depois conseguiram recolher amostras de sangue de três deles e compararam seu DNA com o dos cães-cantores da Nova Guiné que estavam cativos.
- "Descobrimos que têm sequências genômicas muito similares, bem mais próximas entre si do que com qualquer outro canino conhecido", indicou Heidi Parker, que dirigiu essas análises.
O NIH assegura que, pese a que tenham diferentes nomes, estes animais são em essência a mesma raça, o que demonstra que a população original de cães-cantores da Nova Guiné não está extinta na natureza".
Por isso, os pesquisadores querem cruzar alguns exemplares de ambas as espécies nos centros de conservação, para gerar uma verdadeira população de cães-cantores de Nova Guiné, com o objetivo de preservar a raça original.
Finalmente, os especialista sublinham que querem estudar com maior profundidade o Canis lupus hallstromi para aprender mais sobre a subjacente vocalização genômica e assim obter uma visão mais precisa de como produzem essa vocalização e suas deficiências, bem como os fundamentos genéticos que poderiam conduzir a futuros tratamentos para pacientes humanos.
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