O Diretor Regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a Europa, Hans Kluge, disse que os governos devem parar de confinamentos e quarentenas, a menos que seja um "último recurso", porque o impacto em outras áreas da saúde, saúde mental, violência doméstica, escolas e tratamento do câncer é mais prejudicial. Em uma entrevista ao EuroNews, Kluge advertiu contra a imposição de mais bloqueios, a menos que sejam "absolutamente necessários". |
A advertência de Kluge coincide com a do encarregado do organismo para a pandemia na Europa, David Nabarro, que recentemente disse em uma entrevista que os líderes mundiais deveriam parar de impor bloqueios como método principal para combater a covid-19 como uma reação reflexa porque estão tornando os pobres muito mais pobres.
- "Desenvolvam melhores sistemas para fazê-lo, trabalhem juntos e aprendam uns com os outros", comentou o especialistas, que evocou planos de rastreamento e a hospitalização como medidas preferíveis para tratar a nova doença.
- "O único momento em o que achamos que um confinamento é justificado seria para ganhar tempo para reorganizar, reagrupar, reequilibrar os recursos e proteger os trabalhadores da saúde que estão esgotados, mas, em geral, preferimos não fazê-lo", explicou Nabarro em uma entrevista concedida ao Spectator que foi publicada na passada quinta-feira.
Ademais, Nabarro alertou que a pobreza mundial poderia duplicar no próximo ano em consequência da atual pandemia, que qualifica de "terrível e horrível catástrofe global".
Faz alguns meses Nabarro advertiu que a ameaça da covid-19 seguirá latente para a humanidade durante um longo tempo até que não exista uma vacina, e instou às comunidades de todo mundo a desenvolver uma infraestrutura e uma capacidade suficientes para fazer frente a possíveis novos surtos esporádicos da doença no futuro. Ele acha que necessário que todas as sociedades se coloquem em uma posição em que possam se defender contra o coronavírus como uma ameaça constante, mas que possam realizar atividades sociais e econômicas com o vírus em nosso meio.
O assessor especial da OMS acha que a humanidade encontra-se no começo do novo coronavírus e que seu final é impossível de predizer, argumentando que a realidade é muito pior que qualquer ficção científica sobre pandemias.
As palavras de Nabarro chegam em um momento em que vários países avaliam a imposição de novas restrições ante a segunda onda de contágios e dias após que mais de dois mil médicos e epidemiologistas de todo mundo -encabeçados por Martin Kulldorff, professor de Medicina de Harvard, Sunetra Gupta, docente de Oxford, e Jay Bhattacharya, professor de Stanford– publicassem uma carta aberta em que pedem às autoridades políticas que evitem os confinamentos como resposta ante a covid-19. De fato, a declaração defende que jovens retomem a vida normal e que o isolamente seja feito apenas para idosos.
As declarações de Nabarro ressoam com vários outros especialistas que tentaram alertar os governos de que os bloqueios poderiam acabar matando mais pessoas do que o próprio vírus.
O Ministro de Cooperação e Desenvolvimento Econômico da Alemanha, Gerd Muller, alertou recentemente que os confinamentos da covid-19 resultarão em uma das maiores crises de fome e pobreza da história.
- "Esperamos mais 400.000 mortes por malária e HIV este ano apenas no continente africano", disse Muller, acrescentando que mais meio milhão morrerá de tuberculose.
Os comentários de Muller chegaram meses depois que um estudo vazado de dentro do Ministério do Interior alemão revelou que o impacto do bloqueio do país pode acabar matando mais pessoas do que o coronavírus devido a vítimas de outras doenças graves que não recebem tratamento.
Outro estudo descobriu que os confinamentos destruirão pelo menos sete vezes mais anos de vida humana do que salvá-las.
O professor Richard Sullivan também alertou que haverá mais mortes por câncer no Reino Unido do que o total de mortes por coronavírus devido ao acesso das pessoas a exames e tratamento sendo restrito como resultado do bloqueio.
Seus comentários foram ecoados por Peter Nilsson, um professor sueco de medicina interna e epidemiologia da Universidade de Lund, que disse:
- "É tão importante entender que as mortes da covid-19 serão muito menores do que as mortes causadas pelo confinamento social quando a economia está arruinada."
De acordo com o professor Karol Sikora, um oncologista consultor do NHS, na Inglaterra, pode haver 50.000 mortes em excesso por câncer como resultado de exames de rotina suspensos durante o bloqueio no Reino Unido.
Os especialistas também alertaram que haverá 1,4 milhão de mortes em todo o mundo por infecções não tratadas de tuberculose devido ao confinamento.
Um consórcio de analistas de dados na África do Sul descobriu que as consequências econômicas da quarentena no país levarão a 29 vezes mais mortes do que o próprio coronavírus.
A covid-19 já deixou 1.086.460 de mortes e mais de 38 milhões de infectados em todo mundo, segundo dados da Universidade Johns Hopkins. Paralelamente, ao menos 28 milhões de pessoas recuperaram-se desde o início da pandemia.
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Comentários
traduzindo.....
A pandemia ja atendeu ao seu propósito político, agora podemos voltar a nossa vida cotidiana
A turma do fique em casa sempre foi míope e nunca enxergou que a vida continua após dezembro de 2020, milhões ainda vão morrer de causas associadas ao lockdown e a quebradeira geral, mas o que importa, não é mesmo? Pelo menos não foi de Covid! E fique em casa!