Como seria o mundo de Charlie Chaplin em cores?: simplesmente fantástico

Quando imaginamos Charlie Chaplin, imaginamos a existência de um gênio em preto e branco. A razão óbvia é que ele se tornou não apenas uma estrela de cinema, mas um ícone cultural nas décadas de 1910 e 20, a era antes do som chegar ao cinema, quanto mais as cores. Mas, para atingir esse sucesso, eram necessárias habilidades adaptadas ao estado do meio na época: a de fazer as pessoas rir sem dizer uma palavra, é claro, mas também de criar uma imagem instantaneamente reconhecível em monocromático.

Assim, nem sempre sentimos que estamos vendo o "real" Charlie Chaplin em fotografias colorizadas tecnicamente mais realistas, ou mesmo coloridas. Mas como seria assistir uma de suas comédias clássicas em cores?

Você pode descobrir assistindo a versão colorida de "Carlitos no teatro ("A Night in the Show") logo abaixo. Lançado originalmente em 1915, o curta de 25 minutos foi dirigido e estrelado por Chaplin, que desempenha o papel duplo de personagens chamados Mr. Pest e Mr. Rowdy. Ambos assistem à mesma apresentação no music-hall, e embora o Sr. Pest seja da classe alta e o Sr. Rowdy seja um trabalhador, ambos ficam igualmente embriagados, suas classes sociais díspares produzindo estilos diferentes de travessura.

De certo, Chaplin já havia vivido esses personagens no palco, tendo ele mesmo tocado no circuito de music-hall desde a adolescência. É seguro dizer que, na época em que Hollywood chegou, ele tinha visto muito pior do que o próprio Pest e Rowdy.

A qualidade desse aprimoramento e da colorização talvez não mereça os elogios dos puristas do cine antigo, mas nos dá uma noção fantástica de como uma noite em um salão de música inglês do final do século 19 e início do século 20 teria realmente parecido. A valiosa restauração não só upscalou os frames do filme, senão que estabilizou e, através da Inteligência Artificial, inseriu novos frames para que as cenas pareçam mais fluídas e naturais aos olhos atuais.

Ademais, nenhum de nós tem memórias dessa experiência outrora comum e com a remasterização podemos imaginar com mais facilidade o tipo de espetáculos que tais estabelecimentos teriam oferecido, incluindo as exagerada e necessárias expressões que Chaplin fazia muito bem. O bolo de "Carlitos no teatro" é "cerejado" com uma boa trilha sonora.