Radi-Aid, a campanha que parodiava as campanhas de arrecadação de fundos

Se você assistir estes vídeos sem nenhum contexto poderá ficar confuso. Neles africanos se unem para ajudar seus irmãos na Noruega, enviando radiadores para aqueles pobres noruegueses e espalhar o calor da fraternidade global. O mundo está tão louco que tem mesmo quem acreditou nesta "campanha". Basta cavar nos comentários do próprio vídeo. Na realidade, isso se tratou de uma campanha anual de conscientização criada por um fundo de estudantes noruegueses.

Emergindo de uma campanha satírica e do videoclipe "Radi-Aid: África pela Noruega", o projeto se concentrou em celebrar o melhor -e o pior- dos vídeos de arrecadação de fundos, produzindo vários vídeos satíricos de conscientização, ao mesmo tempo em que fazia uma crítica séria ao desenvolvimento equivocado e à cobertura da mídia ocidental:

O objetivo do Radi-Aid era desafiar as percepções em torno de questões de pobreza e desenvolvimento, para mudar a maneira como as campanhas de arrecadação de fundos se comunicam e quebrar representações estereotipadas dominantes.

Em muitos anúncios de caridade, os pobres são retratados como recipientes passivos de ajuda, sem a capacidade ou o desejo de tornar seu país um lugar melhor para se viver. Esse tipo de retrato cria uma distinção significativa entre "nós e eles".

De fato, as campanhas de caridade correm o risco de serem contraproducentes quando seus próprios objetivos obscurecem as verdadeiras causas da pobreza. É necessário informações mais sutis sobre desenvolvimento e pobreza, não meias-verdades simplificadas demais. Ademais, a ajuda deve ser baseada em necessidades reais, não em "boas" intenções.