Pasqual Piñón, o falso homem de duas cabeças do início do século XX

Não é preciso cavoucar muito para encontrar imagens assustadoras de "aberrações" de circo da era vitoriana, quando o público pagava para assistir pessoas com deformidades físicas. A palavra "aberração" era usada cruelmente para descrever essas pessoas que nasciam com características anormais. No entanto, alguns dos personagens dessas fotos do século XIX se tornariam as estrelas amadas de sua geração. Um deles foi um funcionário de uma ferrovia no Texas, chamado Pasqual Piñón, nascido no México e que foi descoberto por um promotor de shows secundários cuja atenção foi atraída por um grande cisto ou tumor benigno no topo da cabeça de Pasqual.

O promotor contratou Pasqual para seu show de horrores e fez uma cara falsa de cera para colocar como máscara sobre o cisto, permitindo a alegação de que Pasqual tinha duas cabeças. Alguns relatos afirmavam que a cabeça falsa era feita de prata e colocada cirurgicamente sob a pele.

Embora seja possível que uma pessoa tenha duas cabeças, a condição craniopagus parasiticus, uma forma raríssima de gêmeos siameses, resulta em uma cabeça, de cabeça para baixo, em cima da outra, mas a segunda cabeça de Pasqual estava orientada como sua cabeça real.

A atuação de Pasqual como "o mexicano de duas cabeças" se tornou um sucesso instantâneo e ele viajou pelo circo por vários anos. No final de sua ilustre carreira, o gerente do circo pagou para remover o tumor de Pasqual.

Pode parecer cruel que estas pessoas tenham sido exploradas por homens ordinários, como Phineas Taylor Barnum, romantizado recentemente de forma falsa no cinema no filme "O Rei do Show", mas também há que levar em consideração que quase todas foram abandonadas após o nascimento por causa de suas deficiências e a apresentação voluntária nos circos dos horrores era a única fonte de renda que dispunham então. De fato, alguns deles amealharam uma boa fortuna.