'Ganga Bruta': o pior filme mudo brasileiro, que entrou na lista dos 100 melhores

A expressão "cinema mudo" geralmente remete a Chaplin ou o "Gordo e o Magro", mas você sabia que o cinema brasileiro já era ativo na época? Em 1933, Humberto Mauro, um dos pioneiros do cinema brasileiro, dirigiu seu sexto longa-metragem, um filme que ficou conhecido como o "pior filme de todos os tempos", até ali. A razão não era outra do que um roteiro muito ruim até mesmo para aqueles anos de antanho. Em seu lançamento inicial, o filme foi altamente criticado e seus baixos números de bilheteria resultaram em perdas financeiras para a Cinédia, o estúdio responsável pelo filme.

A história acompanhava Marcos, um engenheiro rico, que mata a noiva, na noite de núpcias, quando descobre que ela não é virgem. Ele é absolvido do crime, se muda de cidade e acaba se apaixonando pela irmã adotiva de seu melhor amigo, que tinha um caso com ela, resultando em mais uma morte, a do amigo.

O filme teria caído na lata do lixo da história, exceto, porque 20 anos depois, os endeusados diretores do cinema novo, como Glauber Rocha, elogiaram "Ganga Bruta", alegando que era uma grande obra prima do cinema brasileiro.

O vídeo abaixo mostra uma sequência do filme, que eu remasterizei, upscalei e por fim colorizei com ajuda de inteligência artificial.

Em 2015, "Ganga Bruta" acabou entrando para a lista feita pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) como um dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos, ocupando o 24º posto, acima até mesmo de filmes como "Tropa de Elite, Ônibus 174 e Rio 40 Graus, entre outros.