Durante uma transmissão em horário nobre que foi distribuída em várias grandes redes de TV e rádio no Reino Unido, incluindo BBC, Sky, Channel 4, ITV e LBC, os telespectadores foram informados de que "Não há chip ou rastreador na vacina". A propaganda de utilidade pública foi ao ar antes das 22 horas da noite passada e apresentava várias celebridades incentivando as pessoas a tomarem a vacina contra a covid-19 para que pudessem ver seus amigos e familiares novamente. |
- "Vamos nos reunir com nossos amigos e familiares. Tudo o que temos a fazer é tomar a vacina", disse uma mulher à câmera.
Os telespectadores foram informados de que a vacina não inclui carne de porco, matéria fetal e é totalmente segura.
- "Não há chip ou rastreador na vacina para manter a vigilância aonde você vai, seu telefone celular na verdade faz um trabalho muito melhor nisso", disse um dos participantes.
A ideia de que as pessoas terão que tomar a vacina antes de poderem voltar à vida normal é uma linha de raciocínio conflitante com o que disse em dezembro passado o primeiro-ministro do Reino Unido. Boris Johnson garantiu às pessoas que ela não será obrigatória.
Há alguma coisa de muito errado neste mundo quando reflexionamos a real necessidade de informar as pessoas de que a vacina não tem carne de porco, nem células de fetos, chips ou rastreadores.
Com efeito, o desenvolvimento de vacinas em menos de um ano é uma façanha magistral da medicina mundial. Os imunizantes normalmente requerem anos de pesquisa e testes antes de serem aplicados, mas em 2020, os cientistas embarcaram em uma corrida para produzir vacinas contra o novo coronavírus seguras e eficazes em tempo recorde.
Os pesquisadores estão atualmente testando 70 vacinas em ensaios clínicos em humanos, 20 já chegaram aos estágios finais de teste e apenas 4 pesquisas foram abandonadas. Há mais 87 estudos sendo realizados com cobaias animais.
Do outro lado dessa coisa boa que está ocorrendo, os países ricos estão tentando monopolizar a produção das vacinas aprovadas (4) ou autorizadas (6) até agora. Muitos se adiantaram e realizaram acordos de compra com laboratórios visando garantir a imunização de suas populações. Só para se ter uma ideia, o Canadá comprou doses bastantes para imunizar até 6 vezes cada canadense e já discute a possibilidade de doar as vacinas para não ter que jogar o excedente no lixo.
Foi nesse sentido que o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu na última quarta-feira que os países se unam em um plano global de vacinação contra a covid-19 visando diminuir a desigualdade no acesso ao imunizante. Ele alertou que apenas 10 países administraram 75% do fornecimento mundial de vacina até agora, enquanto mais de 130 nações nem mesmo receberam suas primeiras doses.
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