Sob o nome de Deep Time, no passado 14 de março começou um experimento onde uma equipe de 15 voluntários, oito homens e sete mulheres, foram selados em uma gruta escura sem luz em Ariège, França. O objetivo: observar os efeitos do isolamento a longo prazo, sem nenhum conceito de tempo. O desafio segue um experimento realizado nos anos 80 pela italiana Stefania Follini, que se voluntariou para um trabalho sobre ritmos circadianos, que consistia em ficar isolada durante 4 meses em uma gruta de 10 metros. |
Mas diferente daquela experiência, que durou 131 dias, em Deep Time não terão fonte de luz. Também nem celulares, relógios nem nenhum outro método para saber inclusive que dia é. A única fonte de luz será proporcionada mediante o uso de uma dínamo acionada por pedal para gerar eletricidade. Segundo podemos ler em seu site:
- "A perda do tempo é a maior desorientação que existe. E é este aspecto o que a missão Deep Time quer entender melhor. Porque atualmente não sabemos como nosso sistema cognitivo compreende e gerencia esta continuidade indefinida, este meio onde se produz a sucessão de eventos e fenômenos, inclusive para além. Esta variável que poderíamos chamar relógio biológico em cronobiologia."
Assim, oito homens e sete mulheres passarão 40 dias isolados em uma grande gruta, uma criação do navegador franco-suíço Christian Clot, que é um dos participantes e contou antes de entrar à gruta que todos estão equipados com sensores que permitem a uma dúzia de cientistas monitorá-los desde a superfície.
Segundo a professora Etienne Koechlin, diretora do Laboratório de Neurociências Cognitivas e Computacionais da Ecole Normale Supérieure de Paris:
- Este experimento é uma primícia mundial. Até agora, todas as missões deste tipo se centraram no estudo dos ritmos fisiológicos do corpo, mas nunca no impacto deste tipo de ruptura temporária nas funções cognitivas e emocionais do ser humano."
Os 15 voluntários deverão se adaptar a temperatura constante de 12 graus e 95% de umidade da gruta, gerar sua própria eletricidade com o dínamo a pedal e buscar a água que precisam a 45 metros de profundidade.
O projeto espera que o experimento possa ter múltiplas aplicações que vão desde a melhor maneira de lidar com o tempo passado em submarinos ou em minas subterrâneas, até viagens espaciais, incluídas missões mais longas no futuro. Segundo o site:
- "A conquista do espaço terá um novo giro durante este século, possibilitada pelas novas tecnologias e as cifras crescentes. Desde a Lua até Marte, ao apontar a outros objetos estelares, como Ceres, os humanos enfrentarão novas percepções do tempo."
Se tudo der certo e não surgir nenhum imprevisto, a equipe de voluntários sairá da gruta em 22 de abril de 2021, ainda que seguramente para muitos a espera terá sido eterna.
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