A descoberta de uma nova droga pode tornar possível que os dentes cresçam de novo

Tal e qual publicou a revista Science Advances, a descoberta de um anticorpo, por cientistas das Universidades de Kyoto e de Fukui, no Japão poderia ser a solução para a regeneração dos dentes perdidos. Ao inibir a ação de um gene chamado USAG-1, anticorpos monoclonais aumentam a disponibilidade de certos fatores de crescimento estimulando o organismo a desenvolver novos dentes. Basicamente, a ideia é proporcionar uma maneira de regenerar dentes perdidos na idade adulta ou mesmo desde a infância, por causa de alguma doença.

Segundo dica do amigo Rusmea, via Facebook, os pesquisadores por trás do achado descrevem como modificaram geneticamente ratos para que sofressem de agenesia dental -onde alguns dentes não se desenvolvem-. Contam que a injeção em ratas grávidas desta linha com o anticorpo USAG-1 resultou em um desenvolvimento normal dos dentes em sua descendência. Ademais, apenas uma dose do anticorpo provocou o crescimento de um dente completamente novo em ratos normais.

E como chegaram até o USAG-1? Apontaram ao gene porque sabem que inibe duas moléculas de sinalização conhecidas como BMP e Wnt, que estão envolvidas no desenvolvimento dos dentes. Ocorre que estes compostos também controlam o crescimento de uma ampla faixa de outros órgãos e interferir com eles pode produzir uma série de efeitos secundários graves.

Depois de vários experimentos onde puderam estimular o crescimento dos dentes sem produzir nenhum outro efeito não desejado, concluíram que o USAG-1 previne o crescimento dos dentes ao se unir a BMP, reduzindo assim sua atividade. Segundo explicou o autor do estudo, Katsu Takahashi:

- "Sabíamos que suprimir o USAG-1 beneficia o crescimento dos dentes. O que não sabíamos era se seria suficiente. Os resultados indicam que a inibição da atividade do gene permite um aumento suficiente de BMP para o crescimento de novos dentes."

Contudo, ainda é cedo para pensar em testes com humanos. Os pesquisadores testaram recentemente o anticorpo em furões porque têm padrões dentais similares aos humanos. Os resultados indicaram que o tratamento foi também para eles, o que sugere que a técnica também pode funcionar com humanos, ainda que será necessário superar uma série de problemas de segurança antes de começar os testes.