Perseguindo fantasmas: documentário desmascara a teoria sobre o que poliniza a orquídea-fantasma

Que inseto tem a capacidade de se estender até o tubo de néctar de quase 30 centímetros da orquídea fantasma (Epipogium aphyllum)? Por gerações, essa questão interessou os pesquisadores que especularam que a mariposa-esfinge-gigante (Cocytius antaeus), que tem uma tromba que frequentemente ultrapassa 25 centímetros, era uma das poucas espécies com uma língua tubular que poderia alcançar o pólen pegajoso aninhado dentro da flor em extinção.

Filmado ao longo de três anos, um pequeno documentário da Grizzly Creek Films acompanha pesquisadores empenhados em comprovar essa hipótese. Ele se baseia em estudos de 160 anos de Charles Darwin sobre a evolução das orquídeas, particularmente em relação a uma espécie em Madagascar sobre a qual ele disse a famosa frase:

- "Meu Deus. Que inseto poderia sugá-lo?"

Em "Chasing Ghosts", a equipe entra nos pântanos do sul da Flórida ao lado de cobras e crocodilos para chegar a um bosque de ciprestes, onde as flores brancas se enrolam entre os galhos. Lá eles instalaram câmeras para capturar a primeira fotografia da referida mariposa sondando a orquídea-fantasma.

No total, a missão registrou 6.800 horas de vídeo, 52.173 imagens e registrou cinco espécies capazes de polinizar a delicada planta. Surpreendentemente, o mesmo evento que eles procuraram capturar -a mariposa-esfinge-gigante com sua tromba alcançando a flor indescritível- na verdade desmascarou a hipótese arraigada dos pesquisadores e os colocou em um novo curso de estudo para determinar como esta planta continua a se reproduzir.