Serrana, um pequeno município da Região Metropolitana de Ribeirão Preto, com 45.644 habitantes, culminou no domingo o experimento inédito que consistiu em imunizar a toda a população adulta para medir a eficácia da vacinação em massa na redução da transmissão da covid-19. Esta experiência colocou a cidade em uma situação excepcional no meio do avanço descontrolado do novo coronavírus no resto do país. |
O Projeto S, que começou em 17 de fevereiro, consistiu na aplicação da vacina CoronaVac em 98% dos habitantes maiores de 18 anos. Este estudo foi desenvolvido pelo Instituto Butantan.
Dos 30.000 habitantes aptos para serem imunizados, registraram 28.380, dos quais 27.722 receberam a primeira dose e 27.160 tiveram ambas as aplicações. Assim, um total de 562 pessoas não receberam a segunda dose do fármaco, em sua maioria por decisão própria.
A população registrada corresponde a 62,18% do total de habitantes de Serrana, enquanto a que efetivamente foi imunizada é de 59,51%.
A conta do Facebook da prefeitura da cidade postou uma mensagem de agradecimento ao Instituto Butantan, depois de concluir a última jornada de vacinação.
Conquanto os resultados finais serão publicados em meados de maio, os pesquisadores já identificaram uma diminuição das hospitalizações por coronavírus e na incidência de casos graves.
O Instituto Butantan afirmou que para que a imunidade esteja completa é necessário esperar duas semanas após a segunda dose e, a partir desse lapso, poderão ser observados os resultados preliminares.
Quando iniciou o projeto, Serrana possuía a maior taxa de infecção, algo em torno do dobro dos municípios da região.
Durante o estudo, que levou quase dois meses, seus organizadores tiveram que desmentir notícias falsas que circulavam nas redes sociais sobre o suposto aumento do número de mortes na cidade.
Os habitantes que participaram mostraram sua satisfação por fazer parte desta iniciativa no contexto do colapso sanitário e aumento de casos e mortes por covid-19 no país, que já ultrapassaram as 350.000.
A finalidade deste projeto é determinar qual é o efeito da vacinação em massa sobre a evolução da pandemia. Assim, os organizadores esperam determinar a eficácia da imunização na diminuição dos casos de coronavírus.
Do mesmo modo, pretendem determinar se há redução da carga de morbidade, através da análise das cifras de ocupação de camas hospitalares e número de consultas médicas.
Também testará a eficácia da vacina contra as variantes brasileiras do coronavirus, principalmente o P.1, que deixou o país em alerta ante o aumento de casos e mortes.
Este estudo também será um bom indicativo sobre a adesão da população à vacinação, as reações adversas e os efeitos indiretos na economia e na circulação de pessoas.
Ademais, poderá ser estudado a efetividade das ferramentas utilizadas neste estudo para a contenção da pandemia como o controle de vacinação, o monitoramento de reações e o censo da população.
O número de infectado pela doença aumentou consideravelmente nos últimos dias no mundo. A explicação vem da Índia, que apenas nos últimos 3 dias registrou quase 500 mil infecções. Só ontem foram registrados 169.914 novos casos.
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