Todos os polvos começam como minúsculos plânctons à deriva através do oceano à mercê de correntes, eventualmente, embora fiquem grandes o suficiente para se estabelecer e construir uma casa para si no fundo do mar. Mas não o polvo-manta, cujas quatro espécies do gênero nunca se acalmam, embora fiquem muito grandes, e passam a vida vagando no oceano aberto. Geralmente, as fêmeas do polvo-manta, também conhecido como polvo-cobertor, apenas desenrolam sua teia colorida para parecerem maiores e mais intimidantes para predadores em potencial. |
Em um pequeno clipe capturado durante um mergulho noturno em águas negras no Estreito de Lembeh, um polvo-manta, se desdobra e exibe seu cobertor várias vezes maior que seu tamanho original. O corpo iridescente e os tentáculos do animal aquático brilham contra a água noturna antes que ele libere sua manta translúcida que conecta seus braços dorsal e dorsolateral. Apenas as fêmeas adultas são equipadas com a longa membrana que chega a atingir 2 metros.
Os cientistas não sabem muito sobre estes invertebrados nômades, mas o que eles descobriram é incrível. Esses polvos têm algumas características muito estranhas que os ajudam a sobreviver em alto mar, incluindo estes apêndices semelhantes a cobertores.
Eles podem viver à deriva porque têm todas as defesas de polvo usuais, como a capacidade de liberar tinta e mudar de cor a qualquer momento, bem como alguns truques extras, há aquele cobertor, por exemplo. A fêmea é capaz de desdobrar toda essa pele e arrastá-la para trás como se fosse uma capa de super-herói, então quando ela combina seu tamanho com sua capa incrível, fica muito intimidante e se isso não assustar um possível predador, ela ainda pode se livrar da capa pois é autotômica, ou seja cresce de novo.
O polvo-manta também pode armar seus tentáculos com as células pungentes da caravela-portuguesa, porque são imunes a elas. Então ele passa a usar seus tentáculos como um chicote tóxico toda vez que uma ameaça chegue.
Outra coisa esquisita é que os machos de polvo-manta são tão pequenos que os cientistas não os observaram até 2002. Os machos das maiores espécies chegam a crescer no máximo até 2,5 centímetros de comprimento. Ou seja são 40.000 vezes menos massivos que suas companheiras. Essa é a diferença de tamanho mais extrema entre os sexos que conhecemos entre animais não microscópicos.
Os cientistas pensam que os machos evoluíram para ser tão pequenos porque tudo o que eles realmente precisam fazer é acasalar... e morrer em seguida. O polvo macho tem um apêndice especial chamado hecto-catalisador, que eles podem encher com pacotes de esperma. Ele enfia este apêndice na cavidade de uma fêmea para depositar seus pacotes de esperma, um processo que pode levar várias horas, mas em mar aberto não há privacidade.
Então ele apenas arranca seu apêndice sexual e rapidamente o enfia dentro dela. Então para os machos não é o tamanho que importa, e machos maiores estão em desvantagem. Uma vez que ele entregou seu apêndice, ele morre, pois seu trabalho está feito.
Quando a fêmea está pronta, ela pega o apêndice que ela mais gosta e aperta o esperma em todos os seus óvulos. Logo depois ela constrói uma haste em forma de charuto para eles de carbonato de cálcio, e cerca de cem mil ovos são anexados a esta vara que fica pendurada em um de seus tentáculos, mantendo-os todos seguros enquanto ela continua a se mover no oceano.
Os cientistas acham que ela morre logo após que os bebês eclodem principalmente porque isso é o que ocorre com outras fêmeas de polvos, mas os pesquisadores não sabem ao certo; na verdade, ainda temos muito o que aprender sobre polvos-manta, incluindo como eles se encontram na vastidão do oceano ou se dormem, mas enquanto isso podemos apreciar esses animais bizarros e as maneiras incríveis como eles corajosamente vão para onde outros polvos adultos não ousariam ir.
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