Quando Xueli Abbing era bebê, seus pais a deixaram no chão do lado de fora de um orfanato. Na China, o albinismo é visto por alguns como uma maldição. A rara condição genética causa uma falta de pigmento que torna a pele e o cabelo de Xueli muito pálidos e também faz com que ela seja extremamente sensível à luz solar. Mas um parecer diferente levou Xueli à carreira de modelo. Agora com 16 anos, ela estampou as páginas da Vogue e liderou campanhas para grandes desenhistas da moda. |
A equipe do orfanato a chamou de Xueli, porque "Xue" significa neve e "Li", belo. Ela foi adotada quando tinha três anos e foi morar com mãe e irmã na Holanda. Sua mãe adotiva achou que não conseguia pensar em um nome mais perfeito e achou importante manter uma referência às raízes chinesas de Xueli.
Na época em que ela nasceu, o governo ainda mantinha a política de filho único para as famílias. Assim era considerado um grande azar ter um filho com albinismo. Muitas dessas crianças com a condição acabaram abandonadas.
A garota diz que tem sorte por ter sido apenas abandonada, pelo fato de que em alguns países da África, elas são caçadas.
- "Os feiticeiros usam seus ossos para fazer remédios porque as pessoas acreditam que podem curar doenças, mas é claro que isso não é verdade, essas crenças são mitos", diz Xueli. - "Tenho sorte de ter sido apenas abandonada."
Seus pais biológicos não deixaram nenhuma informação sobre ela, então ela não sabia quando é seu aniversário. Mas cerca de um ano atrás, ela fez um raio-X da mão para ter uma ideia mais precisa da idade e os médicos acharam que ela tinha 15 anos.
A garota começou a modelar por acaso quando tinha 11 anos. Sua mãe manteve contato com uma designer de Hong Kong, que tinha um filho com lábio leporino e decidiu que queria desenhar roupas bem chiques para ele, para que as pessoas nem sempre ficassem olhando para sua boca. Ela chamou a campanha de "imperfeições perfeitas" e perguntou se Xueli queria participar de seu desfile. Ela topou e gostou muito da experiência.
Depois disso, ela foi convidada para algumas sessões de fotos e logo a agência de modelos Zebedee Talent entrou em contato perguntando se Xueli gostaria de se juntar a eles em sua missão de fazer com que as pessoas com deficiência sejam representadas na indústria da moda.
Uma dessas fotos acabou estampando as páginas da Vogue Italia na edição de junho de 2019. Na época, ela nem sabia a importância daquela foto que acabou abrindo as portas da modelagem para a menina.
- "Na modelagem, parecer diferente é uma bênção, não uma maldição, e isso me dá uma plataforma para aumentar a conscientização sobre o albinismo" explica a garota.
O objetivo de Xueli é que outras crianças com albinismo -ou qualquer forma de deficiência- saibam que podem fazer o que quiserem, porque podem ser diferentes em alguns aspectos, mas igual em todos os outros.
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