Nas Olimpíadas de 2000 em Sydney, a competição feminina de salto sobre o cavalo começou com um verdadeiro desastre. As maiores ginastas do mundo estavam caindo e errando estranhamente. A russa Svetlana Khorkina, candidatíssima ao ouro em todos os aparelhos, teve quedas incomuns, de fato, quedas assustadoras semelhantes e erros atípicos ocorreram durante toda a primeira rodada da competição. Ressabiado com aquilo tudo, o técnico da americana Kristen Maloney, que torceu o pé, insistiu que a altura do cavalo fosse checada. |
Ele tinha razão, o aparelho estava 5 centímetros mais alto do que a medida regulamentar. A explicação para tamanho deslize foi que na noite anterior aconteceu a prova masculina e os organizadores dos jogos esqueceram de baixar a altura do cavalo.
O resultado foi que as ginastas chegavam átimos mais rápidas no aparelho do que em seus anos de treinamento anterior. Quando o erro foi descoberto, as competidoras tiveram a chance de refazer seu salto, mas era tarde demais para muitas delas que se contundiram e forma obrigadas a abandonar os jogos. Com efeito, Svetlana ficou tão abalada que acabou também caindo das barras assimétricas. Um desastre.
Até aquele ano o salto era configurado com a dimensão longa do aparelho perpendicular à corrida para as mulheres e paralela para os homens. O cavalo já vinha sendo utilizado nas Olimpíadas por mais de um século, mas a Federação Internacional de Ginástica (FIG) decidiu que era o momento de mudar, pois o aparelho já fora culpado por vários acidentes graves ao longo dos anos.
Em 1988, a americana Julissa Gomez ficou paralisada do pescoço para baixo em um acidente de salto; ela morreu de complicações decorrentes de seus ferimentos, três anos depois. Durante o aquecimento nos Goodwill Games de 1998, a ginasta chinesa Sang Lan caiu e também sofreu paralisia devido a uma lesão na coluna cervical. Culminou com essa série bizarra de saltos de 2000, quando por sorte ninguém se feriu gravemente.
O Comitê Olímpico Internacional então reavaliou e alterou o aparelho, no Campeonato Mundial de Ginástica Artística de 2001,a primeira competição internacional a fazer uso da "mesa de salto", que possui uma superfície plana, maior e mais acolchoada quase paralela ao chão, que se inclina para baixo na extremidade mais próxima do trampolim, que os ginastas apelidaram de "língua".
A FIG também encomendou um estudo ergométrico dos atletas de então e descobriu que a altura do cavalo já estava desatualizado para os homens com 5 centímetros a menos. A altura regulamentar da mesa hoje é de 1m35 para os homens e 1m25 para as mulheres.
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