A Spacelander pretendia ser a bicicleta do futuro entre os anos 40 e 60

A bicicleta Spacelander foi projetada por Benjamin Bowden para a exposição Britain Can Make It de 1946. Originalmente conhecida como Classic, o design aerodinâmico representava a aparência da bicicleta do futuro. Suas linhas curvas e vazios no quadro representavam a mutação do estilo aerodinâmico do pré-guerra em uma nova expressão baseada em formas orgânicas, em vez de feitas à máquina. Deveras, a bike tinha um design interessante inclusive para os dias atuais, mas os fabricantes britânicos se negaram a investir na reformulação necessária, e quando foi lançada nos EUA já havia sido remodelada para pior.

A estrutura era feita de duas metades de concha de aço pressionadas em um monocoque e o garfo dianteiro e o para-lamas eram uma peça única. O protótipo era avançado até para os dias atuais, ao apresentar um eixo de transmissão e um dínamo de cubo que armazenava energia ao descer ladeiras e dava impulso ao subir. As baterias dentro da moldura alimentavam também faróis, uma buzina e um rádio embutido.

Embora a aparência incomum da bicicleta tenha criado um interesse público substancial inicialmente, os fabricantes britânicos de bicicletas relutaram em investir no alto grau de reformulação necessária para fabricar a bicicleta.

Benjamin mudou-se para os Estados Unidos em busca de apoio para a bike e, mais de uma década depois, em 1960, a Spacelander foi para uma linha de produção no estado norte-americano do Michigan. O fabricante sugeriu moldar a bicicleta em fibra de vidro em vez de alumínio.

Embora tenha mantido a aparência futurística da Classic, Benjamin abandonou o dínamo do cubo e substituiu o trem de força por um conjunto de cassete, coroa e corrente mais comum. O novo nome, Spacelander (Sonda Espacial), foi escolhido para capitalizar o interesse na Corrida Espacial.

Problemas financeiros forçaram Benjamin a acelerar o desenvolvimento da Spacelander, que foi lançada em 1960 em cinco cores: Preta, Branca, Verde, Azul e Vermelha.

O preço da bicicleta era de $ 89,50, o que a tornava uma das bicicletas mais caras do mercado. Além disso, a estrutura de fibra de vidro era relativamente frágil e sua natureza incomum dificultava a comercialização para distribuidores de bicicletas estabelecidos.

Apenas 522 bicicletas Spacelander foram vendidas antes que a produção fosse interrompida, embora conjuntos mais completos de peças tenham sido fabricados.

Na década de 1980, houve um ressurgimento do interesse na Spacelander como item de colecionador. O Museu da Bicicleta, mais conhecido como "Céu das Bicicletas", na Pensilvânia, possui 17 das 38 Spacelanders restantes do mundo.