A décima sinfonia inacabada de Beethoven foi concluída por IA

Poucas sinfonias são tão conhecidas como a Nona de Beethoven, ou "Sinfonia n.° 9 em ré menor, op. 125, Coral", uma afirmação apoiada pelo fato de que, provavelmente, está tocando em sua cabeça enquanto você lê isto. Poucas sinfonias são menos conhecidas -pelo menos pelos padrões de Beethoven- do que sua Décima, principalmente porque ele nunca realmente terminou a coisa. Ele começou, entretanto, e com sua morte em 1827 deixou para trás notas e rascunhos compostos ao lado da Nona, que também havia sido encomendado pela Sociedade Filarmônica Real.

Tal é a estatura de Beethoven que seus entusiastas especularam desde então sobre como sua sinfonia incompleta soaria se completada, empregando quaisquer técnicas para fazer de forma que seu tempo estivesse disponível.

Em 1988, o musicólogo Barry Cooper se aventurou a completar o primeiro e o segundo movimentos. Ele teceu 250 compassos de música dos esquetes para criar o que era, em sua opinião, uma produção do primeiro movimento que era fiel à visão de Beethoven. No entanto, a dispersão dos esboços de Beethoven tornou impossível para os especialistas em sinfonia ir além desse primeiro movimento.

Quando se aproximava o marco de 250 anos de Beethoven, no entanto, a era da inteligência artificial estava bem encaminhada. Para Matthias Röder, diretor do Instituto Karajan de Salzburgo, unir esse compositor imponente e essa tecnologia promissora tornou-se uma proposta irresistível.

Röder foi apenas um da equipe que se reuniu para assumir a tarefa formidável de criar uma forma de aprendizado de máquina capaz de ajudar a completar a Décima de Beethoven. Os outros incluíam o compositor Walter Werzowa -famoso por escrever o jingle da Intel-, o especialista em música computacional Mark Gotham e o musicólogo-pianista Robert Levin, que já havia terminado uma série de obras incompletas do século 18 de Mozart e Johann Sebastian Bach.

A Deutsche Telekom financiou o projeto e também produziu o pequeno documentário sobre o resultado acima. Embora conceitualmente intrigante, esse empreendimento musical impulsionado por inteligência artificial poderia finalmente ser posto à prova de apenas uma maneira: ouvindo-o executado por uma orquestra 100% humana.