Como dizíamos hoje mais cedo no artigo do pediatra indiano que come estrume, a maioria dos hindus usa esterco e urina de vaca para seu bem-estar e cura de doenças desde tempos imemoriais. E não são os únicos, no Nepal, Mianmar e Nigéria as pessoas também usam urina de vaca como remédio. Mas esse comportamento aumentou tremendamente na Índia após a chegada da covid-19, quando muitos indianos passaram a consumir os excrementos como se fosse uma terapia milagrosa para matar o novo coronavírus. Eles também usam o estrume em rituais religiosos. |
Uma enorme multidão participou alegremente no último sábado de uma batalha de estrume de vaca em um vilarejo indiano, durante o tradicional festival "Gorehabba', que acontece dois dias depois do Diwali, a maior festa religiosa do país.
Semelhante ao festival La Tomatina da Espanha -a excêntrica celebração da guerra de tomate- os residentes de Gumatapura lançam cocô bovino do tamanho de bolas de neve. O festival começou com a coleta à tarde das "munições" nas casas dos proprietários de vacas da aldeia, que fica na fronteira dos estados do sul de Karnataka e Tamil Nadu.
O esterco foi levado ao templo local em carrinhos, antes que um padre realizasse um ritual de bênção. Depois disso, o estrume foi despejado em uma área aberta onde homens e crianças prepararam suas armas para a batalha.
Pessoas afluem para Gumatapura de cidades distantes a cada ano e, para os presentes, a batalha é tanto uma diversão quanto percebida como benéfica para a saúde.
Alguns hindus acreditam que as vacas e tudo o que elas produzem é sagrado e purificador. O primeiro-ministro Narendra Modi vem pressionando por maior proteção aos animais, e muitos estados indianos há muito proibiram seu abate para fins de consumo. Seu governo também busca estimular a produção de pasta de dente, xampus e repelentes de mosquitos a partir de dejetos bovinos.
Não há base científica concreta por trás do uso de esterco ou urina de vaca ou urina para uso como remédio ou para promover a melhoria da saúde, bem ao contrário, só cria riscos significativos para a saúde com doenças que podem passar do animal para os humanos por meio desses processos.
O corpo humano pode contrair micose, febre Q, clamidiose, leptospirose, campilobacteriose, salmonelose, listeriose, ersiniose, criptosporidiose e monte de outras "oses" infecciosas do gado. Além disso, os subprodutos da vaca podem conter cepas patogênicas de E. coli e paratuberculose da Mycobacterium avium.
De fato, os especialistas suspeitam uma relação entre o aumento da mucormicose (doença fúngica negra) e o uso de esterco de vaca durante a segunda onda da pandemia na Índia, o que poderia ter acelerado acelerar a transmissão do coronavírus junto com outras doenças.
Os médicos e cientistas indianos prestaram pouca atenção a essas práticas ilícitas antes da mortal pandemia de covid-19. Agora, os especialistas escolheram esse problema como uma preocupação de saúde pública com base em sua extensão e gravidade durante a pandemia em curso. Mas é difícil convencer o povo do perigo quando o próprio primeiro-ministro indiano promove esses subprodutos da vaca para diversos fins terapêuticos.
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