O mar de peixes-gato das criações rurais no sudeste asiático

O peixe é uma fonte comercial e alimentícia importante para o sudeste asiático. O problema é que eles escolhem criar peixes com péssima reputação devido ao fato de que estes peixes são resistentes e se desenvolvem bem em tanques menores, inclusive com água pouco oxigenada devido a quantidade de peixes. A oxigenação da água dos tanques de piscicultura é fator determinante para que eles se mantenham vivos. Só para que se tenha uma ideia, a criação de tilápias, por exemplo, não suporia mais que 15% da quantidade de peixes mostrada nos vídeos que ilustram este post. Do contrário, morreriam todas.

Na criação de peixes, a oxigenação da água é realizada por sistemas artificiais, como aeradores com pás, injetores, de ar difuso ou tipo chafariz. O fluxo constante de água também promove a oxigenação, mas é impraticável devido ao custo ou a fatores prejudiciais ao meio ambiente.

Em alguns estados do sul da Índia, como Andhra Pradesh e Kerala, a preferência do manejo é o bagre-africano (Clarias gariepinus). Pese que, como na maioria dos países do mundo, a criação de bagres seja proibida por ser uma espécie invasora, os tanques entupidos de peixes proliferam pelas regiões rurais, exatamente pelo bagre ser resistente à baixa oxigenação e por continuar crescendo mesmo que esteja contido em espaços pequenos. Os tanques, muitas vezes são simples: um buraco no chão coberto por sacos de areia sem nenhuma aeração.

As fazendas de peixes do Vietnã, por outro lado, escolheram o tubarão-bagre-iridescente (Pangasianodon hypophthalmus), conhecido no ocidente como peixe-panga, cuja carne tem péssima reputação gourmet (tem gosto de carpa), mas que em 2018 rendeu mais de 3 bilhões de exportação para o país.

Assim como o bagre-africano, peixe-panga é extremamente resistente aos baixos níveis de oxigênio e os criadores não precisam então investir em aparelhos aeradores, mas, por outro lado, o pangasius cresce segundo o meio onde é criado. No rio Mekong eles podem alcançar tamanhos tão colossais como 1,30 metros, mas no aquarismo, onde é conhecido como tubarão-siamês, não passa de 10 centímetros. Assim,a criação desses peixes exigem espaços maiores.