A ilha Espírito Santo é a maior de todas as que conformam o país melanésio de Vanuatu, no nordeste da Austrália. Todo Vanuatu é um popular destino de turismo de mergulho e aventura, mas nesta ilha ademais conta com uma atração extra, o Ponto do Milhão de Dólares, onde o mergulhador, ao submergir a alguns poucos metros, pode reportar o achado de tanques, jeeps e toda classe de equipamento militar. A Espírito Santo foi utilizada pelos norte-americanos após o ataque a Pearl Harbor como base de abastecimento da frota, porto e aeródromo. |
Aos poucos a ilha se transformou em uma base onde os americanos organizavam a guerra contra os japoneses no Pacífico. Ao mesmo tempo o resto de Vanuatu seguia sob controle britânico e francês através do condomínio de Novas Hébridas, uma fascinante situação política, porque tudo estava duplicado.
Ocorreu que o conjunto de ilhas que hoje compõe Vanuatu foi um condomínio da França e do Reino Unido, que o administraram juntos entre 1906 e 1980, por cerca de 76 anos. Também neste aspecto é especial por ser um dos poucos casos em que a colonização se deu em regime de condomínio.
Quando terminou a guerra os norte-americanos decidiram ir embora da ilha, na qual tinham construído estradas, edifícios e pistas de aterrissagem durante o tempo que tinha durado o conflito. O problema surgiu quando se propôs o que fazer com todo o armamento, equipamento militar e civil e inclusive víveres, que tinham sobrado do esforço bélico. Parece que o custo de repatriar tido aos Estados Unidos era muito alto.
De maneira que ofereceram aos britânicos e franceses, por um preço especial, com um desconto do 94% sobre seu valor (uns 6 centavos para cada dólar). Mas estes se negaram a aceitar o acordo, pensando que os americanos terminariam abandonando tudo e, desse modo, teriam grátis sem ter que pagar nada.
O que não se esperavam é que finalmente o exército norte-americano tomou uma decisão insólita, jogou tudo no mar. Veículos, comida, móveis, roupas, bebidas, inclusive tanques, foram atirados nos berços na costa sul da ilha usando tratores de esteira. Finalmente também jogaram os buldôzers no mar, se assegurando de que nem britânicos nem franceses pudessem obtê-los gratuitamente.
Em dois dias milhões de dólares em material e comida foram destruídos ou sepultados no fundo do mar, poluindo as águas com combustível, metal e outros resíduos contaminantes. Os habitantes locais recuperaram tudo o que puderam uma vez que os americanos foram embora.
Hoje em dia qualquer um pode praticar o mergulho no Ponto do Milhão de Dólares entre veículos, canhões, tratores, louças, e garrafas de Coca-Cola abandonadas, ou levar algo de lembrança. Pelo menos até que o exército norte-americano volte para limpar aquele desastre, algo que faz anos vem sendo discutido.
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