A segunda maior das Ilhas Rainha Elizabeth, localizada no Arquipélago Ártico Canadense na Baía de Baffin, perto da Groenlândia, é a Ilha de Devon. Sendo a sexta maior ilha do Canadá, e a número 27 do mundo em tamanho, é ao mesmo tempo a maior ilha desabitada do planeta. Com uma área de 55.247 quilômetros quadrados, é maior que o estado do Rio Grande do Norte (que 52.809 quilômetros quadrados) e apenas levemente menor que a Paraíba (cerca 56.467). É atravessada pela cordilheira do Ártico, cercada por penhascos íngremes e grandes fiordes. |
Seu leito rochoso é composto por gnaisse pré-cambriano e siltes e xistos paleozóicos, o que confere à sua superfície uma semelhança única com a do planeta Marte. A baixa pluviosidade e a temperatura que pode chegar a -50ºC no inverno contribuem para isso, tornando-a um deserto polar.
Na ilha não existem assentamentos humanos permanentes, tendo como únicos habitantes alguns bois-almiscarados, pequenos pássaros e mamíferos, além de organismos fotossintéticos e extremofílicos que vivem sob as rochas. Mas existiu no passado, uma vez que foram encontrados restos de Paleo-Inuítes e objetos de cerca de 4.500 anos atrás.
Entre 1924 e 1951 houve um assentamento permanente com um destacamento da Polícia Montada, cujos prédios ainda existem, e seu cemitério é considerado o mais setentrional da América. Além disso, entre 1933 e 1945, um grupo de inuítes da Ilha de Baffin foi reassentado aqui com a intenção de ajudá-los a encontrar comida, embora todos tenham voltado para Baffin.
A ilha foi avistada pela primeira vez por europeus em 1616, pelos exploradores ingleses Robert Bylot e William Baffin. Foi batizada como Devon do Norte por William Edward Parry, que a encontrou novamente em 1820 em sua tentativa de descobrir a passagem noroeste entre o Atlântico e o Pacífico.
Há cerca de 39 milhões de anos um meteorito de aproximadamente 2 quilômetros de diâmetro atingiu o que então eram florestas, deixando uma cratera de 23 quilômetros de diâmetro que por vários milhões de anos foi um lago, e hoje está completamente seca, a cratera Hogughton.
A cratera Houghton é precisamente o lugar mais parecido com Marte na ilha, porque suas brechas de impacto incrustadas de permafrost e formas poligonais são semelhantes às vistas nas crateras de Marte. Por isso foi escolhida em 1997 para a instalação da base temporária do projeto Haughton-Mars da NASA, onde cientistas simulam como seria a vida e o trabalho no planeta Marte.
Em 2000, outra estação foi instalada na Ilha de Devon, a do projeto Flashline Mars Arctic dependente da Mars Society, um habitat de simulação de Marte cuja missão é se preparar para a exploração humana do planeta vermelho. Ele está situado em Haynes Ridge, com vista para a cratera, e sua construção foi auxiliada por membros do projeto Haughton-Mars. A bandeira tricolor (vermelha, verde e azul) de Marte tremula sobre a estação.
Ambas as estações não são assentamentos permanentes. Devido ao custo de sua manutenção, ao isolamento e às condições climáticas, foram habitadas apenas brevemente durante o verão. A última das missões na ilha terminou em 2019 e as instalações não foram utilizadas desde então.
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