Não é agradável, mas, se você já viveu em algum lugar de clima muito frio, sabe que é possível acelerar o processo para que seu corpo se acostume. Na década de 1960, pesquisadores do Exército dos EUA descobriram que homens nus que passavam oito horas por dia em uma câmara de 10 °C se acostumaram ao frio e pararam de tremer depois de duas semanas. Vários estudos posteriores também concluíram que todos os humanos parecem ter pelo menos alguma capacidade de se aclimatar ao frio, de forma que é possível preparar o corpo, por exemplo, tomando banho frio, para evitar o choque que se avizinha. |
No início os batimentos cardíacos e o metabolismo aumentam, gerando calor. Ao mesmo tempo os vasos sanguíneos se estreitam e recuam da superfície da pele, fazendo com que a temperatura da pele caia. Basicamente, os sistemas vasculares se contraem, puxando o sangue para seus interiores mais quentes em um esforço para escapar do frio exterior.
Mas com a passagem dos dias a resposta ao banho de água fria, os vasos sanguíneos param de contrair e a temperatura da pele não cai como antes. A verdade é que o corpo humano parece atingir a aclimatação por meio de uma mistura de diferentes ajustes internos, que as pessoas podem encorajar ou suprimir, dependendo de seus comportamentos.
Que tipo de ajustes internos? Há evidências de que um determinado tipo de tecido adiposo, conhecido como "gordura marrom", pode ajudar o corpo a gerar calor em resposta a condições persistentemente frias. Pessoas que moram em áreas extremamente frias tem alta concentração desta gordura. Isso não quer dizer que sejam gordas apenas que retêm gordura marrom ou geram novos tecidos adiposos em resposta ao frio na parte superior da coluna e pescoço.
è por isso que água gelada ou um lenço quente no lombo atrás do pescoço engana" o cérebro fazendo-o acreditar que está frio ou quente, respectivamente. É possível que, em resposta à exposição regular ao frio, a gordura marrom na área do pescoço se forme e se torne mais ativa, nos mantendo mais confortáveis em temperaturas mais frias, como deve ser o caso do povo iacuta da República de Sakha, na Sibéria.
Se ficássemos alguns segundos sem a luva, como faz Kiun B no seguinte vídeo, correríamos o risco de perder os dedos. Ela tira a luva uma e outra vez para demonstrar 6 experimentos malucos para mostrar como as coisas congelam rapidamente na Iacútia: um ovo congela instantaneamente, uma garrafinha de água precisa de pouco menos de 4 minutos para virar pedra. Ela também mostra que qualquer coisa pode ser um martelo por lá.
Na experiência do macarrão congelado ela pela primeira vez acaba demonstrando como a grande mudança de temperatura pode ser perigosa. Sua mão estava com a temperatura mais elevada devido a água quente, o que a fez sentir um incômodo imediato.
O mais curioso disso tudo é que mesmo nós, acostumados ao clima tropical, temos vários mecanismos diferentes que ajudariam, com o tempo, a nos ajustarmos ao frio. O tempo de aclimatação é necessário, porque a maioria das pessoas no mundo suprime esses mecanismos adaptativos, pelo menos até certo ponto, protegendo seus corpos do "estresse térmico", porque não temos a necessidade de usá-los devido a baixa amplitude térmica, que não ultrapassa os 12 °C.
A própria Kiun B teria dificuldade para se aclimatar ao calor e necessitaria se adaptar ao clima tropical, já que seu corpo é mais habituado e otimizado para enviar mais sangue ao cérebro e aos outros órgãos vitais. Em um clima quente esta resposta poderia levá-la facilmente ao estresse térmico e inclusive ao desmaio.
Curiosamente, colocar mais roupas, beber mais bebidas quentes, aumentar a temperatura ambiente, consumir mais alimentos -que aumenta a taxa metabólica interna- vai aumentar a temperatura de forma momentânea, mas esse comportamento não permite que o corpo se torne mais resistente ao frio. Somente a adaptação ao próprio pode fazer isso.
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