Em 1863, o químico inglês Frederick Walton, ao tentar produzir um verniz de secagem rápida para capas de livros, descobriu o linóleo, um material usado geralmente no revestimento de pisos. Seu nome vem da contração das palavras latinas linum, referente a linho, e oleum, referente ao óleo de linhaça, que, junto com o pó de cortiça e do tecido de juta, é uma das principais matérias-primas do material. A propaganda do linóleo se centrava em dizer que ele era mais quente do que pedra, mais silencioso do que madeira e mais fácil de limpar do que o carpete. |
Ademais era durável, fácil de fazer, supostamente antibacteriano e podia ser misturado e remixado com uma infinidade de belos padrões e cores. Com alguns ajustes, o linóleo se tornou o revestimento de piso mais acessível, por isso foi um grande sucesso.
No Brasil ele era muito vendido sobre a forma de tapete chamado "passadeira". Toda casa de pobre tinha uma. Eu sei! Era colocada nas áreas da casa por onde os residentes circulavam para evitar o desgaste do piso. Somente as pessoas abastadas podiam se permitir o revestimento de todo o piso da casa.
O linóleo se tornou tão popular e chique que foi usado para revestir pisos e paredes do próprio Titanic. Os modelos kitsch iniciais deram lugar aos padrões que reproduziam mármore e madeira ou com motivos artísticos e, de repente, estava em toda parte e lugar.
Porém, esta ubiquidade toda acabou por se tornar a desgraça do linóleo. Como era muito durável, padrões antes elegantes se tornaram bregas. Ao se tornar barato e acessível para todo mundo, as pessoas começaram a considerá-lo antiquado, industrial e cafona. Foi assim que a popularidade do produto na primeira metade do século 20 acabou cedendo lugar a outro material: o piso vinílico, que além de mais barato não precisava ser encerado para permanecer brilhante.
O linóleo teve um breve renascimento na gravura artística e como superfície de estúdios de dança, mas acabou mesmo saindo de moda. Até agora... porque, aparentemente contra todas as probabilidades, muitos redescobriram que o material ainda é confortável, acessível, adaptável, fácil de limpar e que até é sustentável em um mundo que cada vez mais abomina os matérias plásticos.
Pese que o linóleo seja duradouro, é muito ecoamigável e pode ser fabricado com recursos inteiramente renováveis, exatamente como foi fabricado pela primeira por Frederick Walton. Ademais, diferente do plástico que leva mais de 400 anos para se decompor, o óleo de linhaça, a cortiça e a juta podem ser degradados facilmente.
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