É famosa a festa comemorada na cidade de Bunol, na Espanha, La Tomatina, quando os participantes se envolvem em malucas batalhas de tomate, onde ninguém está seguro de levar uma tomatada na testa. Menos conhecida talvez seja a Batalha das Laranjas do carnaval de Ivrea, na região do Piemonte, província de Turim, no noroeste da Itália. A medida que as tradições passam por décadas e gerações, às vezes suas origens ficam um pouco nebulosas. A festa espanhola começou em 1935 quando alguém teve um acesso de raiva e começou a atirar legumes. A de Ivrea, ninguém sabe ao certo. |
Ivrea e seus arredores são habitados desde o Neolítico; acredita-se que os celtas tenham tido uma vila ali por volta do século V a.C. No entanto, a cidade aparece oficialmente pela primeira vez na história como um posto avançado da República Romana fundada em 100 a.C., provavelmente construída para guardar uma das rotas tradicionais de invasão no norte da Itália pelos Alpes. Seu nome latino era Eporedia.
A principal versão da origem da batalha, mais anedótica do que histórica, conta que a filha de um moleiro uma vez se recusou a aceitar o jus primae noctis, o "direito" do duque local de passar uma noite com cada mulher recém-casada -embora os estudiosos discutam a existência de tal lei-.
Quando ele tentou afirmar esse "direito" encontrou um destino terrível na espada do moleiro e sua cabeça, recentemente removida, foi mostrada à multidão em triunfo. Inspirados por seu ato de bravura, as pessoas marcharam para seu castelo e o queimaram até o chão.
De qualquer forma, a origem da tradição de jogar laranjas não é bem compreendida, principalmente porque não crescem laranjas no sopé dos Alpes italianos e devem ser transportadas da Sicília, provenientes principalmente das sobras da safra de inverno no sul da Itália.
No entanto, independentemente de como começou, a Batalha das Laranjas, como é conhecida, tornou-se uma tradição profundamente enraizada que traz visitantes de todo o mundo para a cidade. Como um participante do festival disse ao New York Times em 2017:
- "É um festival que representa o povo contra qualquer tipo de poder opressivo."
A celebração principal do carnaval de Ivrea gira em torno da batalha que envolve alguns milhares de habitantes da cidade, divididos em nove equipes de combate, que jogam laranjas em dezenas de equipes de carrinho –com violência considerável- durante os últimos três dias de carnaval: domingo, segunda e terça.
Durante o festival, a cidade explode em uma batalha simulada, com atiradores de laranja -representando os rebeldes- e cavaleiros em carroças puxadas por cavalos defendendo o castelo, e cada grupo usa seu próprio traje elaborado.Hoje as carruagens representam a guarda do duque e os lançadores de laranja os revolucionários. Pessoas usando um chapéu vermelho não serão consideradas parte dos revolucionários e, portanto, não terão laranjas jogadas nelas.
O carnaval acontece 40 dias antes da Páscoa e termina na noite da "Terça-feira Gorda" com uma cerimônia solene que envolve um funeral em homenagem ao fim do Carnaval.
Quase três toneladas de laranjas, importadas do sul, voam, deixando a cidade uma bagunça danada. Cavalos e aqueles que usam chapéus vermelhos fáceis de detectar estão fora dos limites, mas no calor da batalha, é difícil evitar ser derrubado de vez em quando.
Devido as restrições impostas pelas autoridades devido a pandemia de coronavírus, o carnaval deixou de ser comemorado em Ivrea durante os últimos 3 anos.
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