As âncoras de Portugal na vida após a morte

A Praia do Barril localizada na costa de Algarves no sul de Portugal tem um cemitério muito esquisito: de âncoras. De meados da década de 1840 a meados da década de 1960, esta foi uma movimentada vila de pescadores de atum e lar de aproximadamente oitenta pescadores e suas famílias durante a temporada. Centenas de âncoras foram usadas para segurar estruturas complexas de redes de pesca que tinham que suportar a crueldade do Oceano Atlântico e a força do atum que deveriam capturar. Com o tempo, o atum-rabilho tomou diferentes caminhos de migração e, devido à pesca excessiva, os estoques diminuíram e a indústria não conseguiu mais se sustentar ali.

As âncoras enferrujadas são a única coisa que resta desta indústria de pesca de atum que passou a ser conhecida como "Cemitério das Âncoras". Ninguém sabe ao certo quem primeiro organizou essas âncoras, mas os moradores começaram a aumentar a coleção e agora são centenas que ficam como sentinelas ao longo da praia de areia branca. É uma memória do comércio que outrora existiu nesta costa que não será esquecida.

Hoje os turistas tomaram o lugar do pescador e podem desfrutar de café, sorvete e comida nas antigas casas em que os pescadores viviam. As casas foram transformadas em pequenas lojas e instalações para os turistas.

O tamanho das âncoras variam de aproximadamente 1 a 2 metros de altura saindo da areia em toda a sua glória enferrujada. Elas usam sua ferrugem como um distintivo de lembrança, de prova de que foram contribuintes para a sociedade e sem elas toda uma indústria pesqueira não poderia existir ali.