Grande parte do ouro exportado pelo Brasil está banhado de sangue de povos indígenas, em um cenário que se torna cada vez mais preocupante com o avanço do garimpo ilegal. Qualquer semelhança com os diamantes de sangue da África não é mera coincidência. Várias etnias vêm sofrendo ameaças e pressão crescentes de garimpeiros. A situação se agravou ainda mais nos últimos anos devido ao aumento de áreas degradadas pelo garimpo de ouro nas terras indígenas. |
Para mitigar a situação a termo, uma ação judicial do Ministério Público Federal pediu a suspensão das atividades de três instituições financeiras acusadas de comercializar, tanto no mercado nacional quanto no internacional, mais de 4,3 mil quilos de ouro ilegal nos últimos anos. O MPF solicitou ainda que as empresas sejam condenadas a pagar R$ 10,6 bilhões por danos sociais e ambientais e que as instituições só tenham as atividades liberadas na região se comprovarem mecanismos para evitar que o minério seja extraído de terras indígenas e áreas de conservação e proteção.
Quase 30% do ouro exportado pelo Brasil entre 2019 e 2020 -quase 50 toneladas- tem claros indícios de origem em áreas de mineração ilegal, devido a um misto de falhas de fiscalização, ação irregular de empresas e documentos falsos usados para lavar ouro extraído de áreas protegidas, segundo demonstrou um levantamento feito pelo Ministério Público e pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais.
Enquanto isso, A mineração ilegal de ouro em áreas remotas da Amazônia continua destruindo vidas em comunidades indígenas protegidas. Já quase quatro décadas os garimpeiros estão lá com parceiros, sócios e cúmplices da ilegalidade. O esquema criminoso começa com a mão de obra barata de pessoas humildes nos garimpos, que procuram uma vida mais digna, mas por trás deles existe uma rica e complexa estrutura, com envolvimento de mineradores e provavelmente de servidores públicos e políticos. O Brasil precisa saber, de uma vez por todas, quem compra este ouro banhado de sangue.
A BBC teve acesso para filmar uma rara operação conjunta com Polícia Federal, Força Nacional e Ibama, cujo objetivo é recolher e analisar todo ouro que encontrarem e, assim, chegar nos principais exportadores e nas marcas que o vendem.
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