Elon Musk explicou em entrevista TED seus planos para o Twitter se conseguir comprá-lo

Chris Anderson entrevistou ontem Elon Musk durante o TED2020 e ainda que boa parte da entrevista versou sobre o futuro da Tesla outra boa parte acabou sendo sobre sua recente oferta pública de aquisição do Twitter, algo que estava ruminando a bastante tempo porque, segundo ele, a rede social não adere ao "princípio fundamental" da liberdade de expressão e costuma "calar seletivamente" vozes importantes que não coadunam com vieses ideológicas, não permitindo um debate público muito necessário. A parte interessante sobre o Twitter começa em 11:40 na linha do tempo.

Entre outras pérolas, e usando seu peculiar estilo duvidoso, o homem mais rico do mundo disse entre outras coisas que a oferta é séria e tecnicamente tem o dinheiro para fazê-la. Sua maior preocupação, disse, é promover a liberdade de expressão no Twitter, definindo que as pessoas deveriam ter o direito de dizer qualquer coisa enquanto não seja ilegal no país no qual o Twitter opere.

Sua primeira ação será eliminar as redes de bots e o spam. Depois, pretende abrir o código da rede para que qualquer possa que entenda os algoritmos possa sugerir mudanças. Ele também acha que qualquer forma de promoção ou castigo a "tweets destacados" devem estar devidamente explicados e visíveis.

Ele havia sugerido recentemente o acréscimo de um botão "Editar", mas acrescentou agora, seguindo dicas de seus mais de 80 milhões de seguidores, que funcione só durante um momento depois de postar o tweet, e que se for feio (editado) zere os contadores de "curtidas" e retuítes.

Ele afirmou que prefere que a "maior parte" das pessoas que trabalham atualmente queiram ficar na companhia, mas não indicou quem seria a "menor parte", mas isso permite inferir que provavelmente sejam os wokes californianos que adoram controlar o que as pessoas podem (e devem) dizer segundo sua visão distópica do mundo real.

Elon disse que há um Plano B se os acionistas não aceitarem a oferta. Ele também não revelou qual é esse plano, mas especialistas dizem que ele poderia vender todo o seu lote de ações na alta e deixar o Twitter de pires na mão.

Sua declaração, talvez, mais importante foi de que a compra não é uma operação planejada para ganhar dinheiro, senão porque é extremamente importante para o futuro da humanidade. Nesse momento Chris fez uma grande pergunta:

- "Se o Twitter é de fato a 'praça pública' da internet onde ocorre toda a ação interessante, como a situação vai melhorar se o homem mais rico do mundo se tornar dono de dita praça?"

Musk respondeu que uma rede social com código aberto e que todas as mudanças tornarão a plataforma transparente para quem quiser ver o que está acontecendo. Ele sabe que isto pode torná-lo objetivo de ira de determinado público, mas não pode agradar todo mundo. As diferentes propostas foram recebidas pelo auditório com tímidos aplausos.

As pesquisas que estão circulando por Twitter em geral mostram que aqueles que votam estão em prol de que Elon Musk compre mesmo o Twitter, de modo que parece que ainda poderemos seguir desfrutando com um saquinho pipocas alguns dias a mais para ver como acaba a coisa toda.