Cataratas de Kabalega: as cachoeiras mais poderosas de Uganda

Diferente da maioria das quedas de água a beleza das Cataratas de Kabalega, também conhecidas como Cachoeira de Murchison, não está na imponência e nem a altura de onde se precipita no vazio, senão que no seu poder de vazão de água. Elas estão localizadas no rio Nilo, entre o Lagos Kyoga e o Albert, em Uganda. Tente imaginar o que ocorre então quando todo o rio Nilo, que tem cerca de 100 a 120 metros de largura antes das quedas, é forçado através de uma fenda estreita nas rochas de apenas 7 metros de largura.

Isso cria uma das cachoeiras mais violentas da África com um fluxo de mais de 300 metros cúbicos de água por segundo. As enormes massas de água que se espremem pelas rochas criam um rugido constante e o chão também estremece continuamente. A névoa que as cachoeiras criam ajuda a sustentar a rica vegetação ao longo do ano.

A Cachoeira de Murchison é uma entre uma série de cachoeiras no Nilo vitoriano. A cachoeira em si é de altura modesta, cerca de 43 metros, mas é a mais impressionante à vista. As cachoeiras formam a característica central do Parque Nacional homônimo, que ocupa uma área de 3.840 quilômetros quadrados de pastagens onduladas.

Na verdade, existem duas cachoeiras paralelas no local. Pouco antes das paredes serem alcançadas, o Nilo se divide em dois ramos. No ramo sul nas Cataratas Kabalega, e no ramo norte estão as Cataratas de Uhuru, que tem menos água.

Acredita-se que as cachoeiras foram alcançadas pela primeira vez em 61 d.C., quando o imperador Nero enviou um grupo de legionários romanos para procurar a nascente do Nilo.

Alguns historiadores acreditam que os romanos nunca chegaram às cataratas por causa da rota imensamente difícil e, com efeito, ficaram presos nos pântanos de Sudd, cerca de 800 km ao sul.

Os primeiros europeus a chegarem na Murchison foram Samuel e Florence Baker, que batizaram as cachoeiras em homenagem ao presidente da Sociedade Geográfica Real, Sir Roderick Murchison.

Na década de 1970, o nome das cachoeiras foi alterado para Kabalega pelo então presidente de Uganda, Idi Amin Dada, em homenagem ao ex-governante de Uganda, Kabalega de Bunyoro. Esse nome não se tornou popular e, após o exílio do ditador, iniciou uma polêmica sobre qual deveria ser o nome do local.