Pererecas-arborícolas criticamente ameaçadas são soltas na natureza na Austrália

Autoridades soltaram oitenta pererecas-arborícolas-fluminense (Ranoidea spenceri) criticamente ameaçadas de extinção no Parque Nacional Kosciuszko, no sudeste da Austrália. Dois anos atrás, os incêndios quase mataram essa espécie, mas um programa nacional de recuperação está em andamento para garantir o futuro do anfíbio na Austrália. Em 2015 a estimativa era que existiam entre 250-300 pererecas na natureza, segundo informou o ministro do Meio Ambiente de Nova Gales do Sul, James Griffin.

- "Tragicamente, estima-se que apenas cerca de dez desses anuros sobreviveram aos devastadores incêndios florestais de 2019-20", lamentou James.

As pererecas-arborícolas-fluminense enfrentam uma série de ameaças, incluindo perda de habitat, predação de ovos e girinos por peixes, mudanças no fluxo e na qualidade da água, herbicidas e uma doença fúngica chamada quitridiomicose, que quase as eliminou em 2001.

- "Liberar esses 80 anfíbios à natureza, apesar de todos os contratempos que essa espécie enfrentou, é um lembrete para termos otimismo sobre o trabalho de conservação que estamos fazendo", disse James em comunicado.

Os cientistas dizem que esses animais são importantes para a saúde dos rios de terras altas onde vivem. Eles também atuam como bioindicadores, ajudando os pesquisadores a avaliar a saúde de todo o ecossistema.

As pequenas pererecas podem viver mais de 12 anos. Os machos amadurecem em cerca de 3 a 4 anos, mas as fêmeas podem levar até 6 anos para atingir a maturidade. A cada época de reprodução, as fêmeas colocam entre 50 a 1.000 ovos.

As pererecas-arborícolas-fluminense foram uma das centenas de espécies severamente impactadas pelos incêndios florestais do Verão Negro em 2019 e 2020. No total, os incêndios mataram ou deslocaram mais de três bilhões de animais, incluindo coalas, o gambá-pigmeu-da-montanha e o wallaby-rabo-de-escova ambos também ameaçados.

Em Nova Gales do Sul, o número de espécies em perigo de extinção continua a aumentar, com 1.043 listadas como ameaçadas, de acordo com o relatório do Estado do Meio Ambiente de NSW de 2021. Cientistas locais estão trabalhando para restaurar as populações dessas espécies em risco.