O presidente da China, Xi Jinping, afirmou que o longo e duro confinamento e medidas para acabar com os surtos de covid-19 na megalópoles de Xangai resistirão "a prova do tempo" e exortou as autoridades do país a lutar contra qualquer tentativa de "distorcer, questionar ou desafiar" esta política. Trata-se das primeiras declarações que faz o dirigente chinês sobre a situação da epidemia no gigante asiático, realizadas ontem à noite em uma reunião do Comitê Permanente do Politburo do Partido Comunista Chinês (PCC) que ele mesmo preside. |
Vista aérea surreal de estradas vazias e blocos residenciais no distrito de Pudong.
Xi pediu aos membros do Partido que se mantivessem firmes, no meio de um crescente inconformismo dos residentes da grande urbe chinesa, onde 25 milhões de pessoas estão a mais de um mês confinadas. Segundo o mandatário, o país prevalecerá graças a suas decisões para enfrentar os surtos produzidos pela contagiosa variante Ômicron do coronavírus.
- "Devemos ser firmes na superação dos pensamentos de indiferença, e de subestimar a epidemia", assinalou um comunicado publicado após a reunião.
Diferente da maior parte do mundo que já decidiu conviver com o vírus, a China mantém faz dois anos uma política de tolerância zero com o vírus segundo o argumento de proteger à população idosa, que em uma alta percentagem não está vacinada.
Em países como Brasil, Estados Unidos e Reino Unido, as restrições oficiais contra a covid-19 são cada vez mais laxas, graças a uma combinação de altas taxas de vacinação, um nível elevado de imunidade por contágio e, de certa forma, por causa do custo político e econômico dessas medidas.
No entanto e diferente dos dois anos anteriores, a dureza das medidas adotadas desta vez nos surtos -especialmente em Xangai- provocou uma inédita reação crítica na população, que vem publicando inumeráveis queixas e vídeos de denúncia através das redes sociais, um material que apesar da censura vazou nas plataformas ocidentais.
- "Sem dúvida, o relaxamento conduzirá a um grande número de infecções, casos críticos e mortes, o que afetará gravemente o desenvolvimento econômico e social, a vida e a saúde das pessoas", advertiu o governante.
Especialistas e analistas consideram que todas estas medidas estão orientadas a garantir a reeleição de Xi no 20° Congresso do PCC, que ocorrerá em setembro próximo.
Os 26 milhões de habitantes de Xangai estão confinados. Vídeos retratando a escassez de alimentos, protestos e violência do Estado surgiram, apesar da censura. No seguinte vídeo o canal do Youtube Vice conversou com dois moradores da cidade para saber o que eles estão vendo e experimentando dentro do confinamento mais rigoroso do mundo.
Junto com Xangai, agora é Pequim a cidade que começou a fechar e a aplicar severas medidas de contenção ante os surtos, ainda que não em grande escala como do grande centro financeiro do país.
A capital fechou as linhas de transporte público, pediu para potencializar o teletrabalho e desenvolve faz duas semanas testes PCR em massa de seus 23 milhões de habitantes para tentar frear os contágios.
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