Como evoluiu o mercado de celulares nos últimos 30 anos, em um gráfico em movimento

A sociedade moderna sempre foi obcecada com tecnologia. Mas nenhum dispositivo individual teve tanto impacto no mundo como o celular. Hoje em dia, a pessoa média toca seu aparelho 2617 vezes ao dia. Mais pessoas no mundo têm acesso a um telefone móvel do que a um vaso sanitário. Em um ano, passamos pouco menos de 800 horas em nossos smartphones -um mês inteiro-. Nos primeiros dias dos celulares, seu único uso era para fazer ligações a outras pessoas enquanto estavam em movimento. Pouco depois, foi introduzida a capacidade de enviar mensagens de texto a outros. Então tudo mudou.

Hoje em dia é possível usá-los para fazer literalmente tudo. Desde o pagamento de sua próxima refeição até o rastreamento de seus hábitos de sono. Não tem limites. Isto não foi a única coisa que mudou desde que saiu à venda o primeiro telefone móvel. Acha que o iPhone XS a 3 mil reais é caro? Pois o "tijolão" PT-550 custaria hoje o equivalente a 15 mil reais. Sem contar o valor absurdo da conta. O aumento da demanda faz com que a tecnologia avance rapidamente, com preços em constante queda.

Independentemente, a evolução dos celulares foi uma viagem verdadeiramente emocionante desde que foi feita a primeira chamada em 1973. O panorama é muito diferente hoje em relação faz três décadas. Em 1993, a Motorola representava mais da metade do mercado. Mas em 2021, sua cota de mercado reduziu a só 2,2%.

A Motorola é conhecida por ser pioneira na indústria da telefonia móvel. Em 1983, a empresa americana lançou um dos primeiros móveis disponíveis comercialmente no mundo: o DynaTAC 8000X. O revolucionário telefone analógico custava quase 19 mil reais e oferecia aos usuários até 30 minutos de tempo de conversa antes de precisar uma recarga. A Motorola lançou alguns dispositivos a mais nos anos seguintes, como o MicroTAC 9800X em 1989 e o International 3200 em 1992, e se converteu em um protagonista na indústria nascente.

Nos primeiros dias do mercado, o único competidor sério da empresa era a multinacional finlandesa Nokia, que tinha adquirido o pioneiro da rede móvel Mobira. Mas em meados da década de 1990, outros competidores como Sony e Siemens começaram a ganhar uma base sólida, o que acabou com o domínio da Motorola. Em setembro de 1995, a cota de mercado da empresa reduziu-se a 32,1%.

Em janeiro de 1999, a Nokia superou a Motorola como fabricante líder de celulares, com uma cota de mercado global de 21,4%. Uma das razões da crescente popularidade da Nokia foi o grande avanço que a empresa estava conseguindo no espaço da telefonia digital. Em 1999, a empresa lançou o Nokia 7110, o primeiro celular com navegador web. Mas não eram só as inovações da Nokia as que derrubaram a Motorola.

Em 1999, a Motorola atravessou tempos difíceis após um de seus projetos derivados, chamado Iridium SSC, fosse declarado em bancarrota. Isto supôs uma grande pressão financeira para a empresa e, finalmente, despediu uma grande parte de sua força trabalhista após o fracasso do projeto. A partir de então, a cota de mercado da Motorola oscilou entre o 14% e 20%, até que o iPhone da Apple entrou em cena em 2007 e virou de ponta cabeça a indústria da telefonia móvel vendendo marca.

As coisas realmente começaram a mudar com o lançamento do iPhone em 2007. Em uma apresentação principal na Macworld Expo de San Francisco em 2007, Steve Jobs apresentou o iPhone como três produtos em apenas um dispositivo: um iPod com tela táctil, um telefone celular revolucionário e um dispositivo de comunicações por Internet.

Um ano depois, Apple lançou a App Store, que fornecia aos usuários a possibilidade de descarregar aplicativos e jogos em seus iPhones. Isto não só melhorou enormemente a funcionalidade, senão que também permitiu aos consumidores personalizar seus dispositivos como nunca antes.

Este foi o começo de uma nova era de telefones inteligentes, uma que Motorola não conseguiu seguir. Menos de dois anos após o lançamento do iPhone, a Apple tinha capturado 17,4% do mercado. Pelo contrário, a cota de mercado da Motorola despencou aos 4,9%. No final de 2021, Apple possuía ao redor de 27,3% do mercado móvel mundial. O iPhone é uma parte importante do crescimento do gigante tecnológico, já que gera mais de 50% dos rendimentos totais da empresa.

Como ocorreu isto e como mudou a indústria dos aparelhos móveis nos últimos 30 anos? Este gráfico em movimento criado por James Eagle ilustra bem a cota de mercado dos diferentes celulares desde o ano de sua criação até hoje e como evoluiu o dispositivo. Pelo caminho veremos o auge e queda de marcas que foram famosas em seu tempo.

O aparecimento do iPhone foi o começo de uma nova era impulsionada pelo software. Motorola tinha dominado a era impulsionada pelo hardware, mas não conseguiu se manter quando mudou a maré. Mas Apple não está sozinha, na verdade hoje deve estar no quarto posto (e caindo) de marca mais popular atrás da Samsung, Oppo, Vivo e Xiaomi. A popularidade do sistema operacional Android da Google ajudou a que prosperem smartphones muito bons e mais baratos, estabelecendo pontos de apoio sólidos no mercado mundial. Quanto tempo aguentarão no topo? O 5G logo vai responder.